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TSE julga pedido de cassação do governador Cláudio Castro por contratações irregulares na campanha de 2022

Ministério Público Eleitoral acusa chefe do Executivo fluminense de usar mão de obra temporária em órgãos estaduais para abastecer campanha com recursos públicos

TSE julga pedido de cassação do governador Cláudio Castro por contratações irregulares na campanha de 2022 Créditos: Fernando Frazão/Agência Brasil



O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) julga nesta terça-feira (4) um recurso do Ministério Público Eleitoral (MPE) que pede a cassação do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro. O processo entrou na pauta na última semana, um dia após a Operação Contenção, ação policial no Complexo da Penha que resultou na morte de 121 pessoas, entre elas quatro policiais.

Segundo o MPE, Castro teria se beneficiado da contratação de milhares de trabalhadores temporários em órgãos estaduais durante a campanha de 2022, utilizando recursos públicos para fortalecer sua disputa eleitoral. A acusação aponta ausência de critérios de seleção, suspeita de indicações políticas e pagamentos realizados em dinheiro vivo.

A denúncia sustenta que 27 mil contratações suspeitas ocorreram na Fundação Ceperj e outras 18 mil na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), todas no período eleitoral.

O caso já havia sido julgado pelo Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ), que absolveu o governador por 4 votos a 3 em maio do ano passado. A maioria entendeu que, mesmo diante de irregularidades, não havia prova de participação direta de Castro nos desvios, nem evidências de que os fatos interferiram no resultado final da eleição.

Ficou vencido o relator, desembargador Peterson Barroso Simão, que votou pela cassação. Ele considerou comprovadas as contratações irregulares e afirmou que elas teriam beneficiado o então candidato. “Foram contratadas pessoas que não moravam no estado do Rio de Janeiro. Há notícias de pagamentos para presidiários, funcionários fantasmas e servidores com acumulação de cargo indevido”, destacou.

Cláudio Castro foi reeleito no primeiro turno em 2022, com 60% dos votos válidos, cerca de 2,6 milhões a mais que o segundo colocado, Marcelo Freixo (PSOL). O resultado do julgamento no TSE poderá determinar a manutenção ou a perda do mandato.

Com informações da Agência Brasil

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