Por que o inverno de 2025 deve ser mais frio que o de anos anteriores
Com o fim do El Niño, estação começa nesta sexta (20) com possibilidade de geadas e até neve em regiões serranas
Por Gazeta do Paraná

O inverno de 2025 começa oficialmente nesta sexta-feira (20) e, segundo especialistas em meteorologia, deve ser mais frio que os dos últimos anos. Mesmo com temperaturas ainda acima das médias históricas em algumas regiões, a expectativa é de uma estação mais gelada que os invernos de 2023 e 2024, que foram marcados por calor atípico.
A mudança de cenário está relacionada à neutralidade climática no Oceano Pacífico, ou seja, à ausência dos fenômenos El Niño e La Niña. Segundo Danielle Ferreira, meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (InMet), essa condição favorece a atuação mais comum das frentes frias e massas de ar polar, sem o bloqueio provocado pelas anomalias de temperatura oceânica.
“A neutralidade significa que não devemos ter um aquecimento ou resfriamento anômalo das águas do Pacífico, o que permite um inverno mais próximo do comportamento esperado para o período”, explica a especialista.
Durante o inverno, as chuvas se concentram em áreas específicas do país, como o noroeste da Região Norte, o leste do Nordeste e a Região Sul. Já o Centro-Oeste, o Sudeste e parte da Amazônia vivem um período de estiagem, com atuação de massas de ar seco que podem contribuir para quedas acentuadas de temperatura.
Embora o inverno de 2025 esteja dentro da normalidade climatológica, eventos pontuais de frio intenso não estão descartados. “As massas de ar frio podem provocar quedas bruscas de temperatura, principalmente em áreas serranas, onde há risco de geadas e até de ocorrência de neve”, destaca Ferreira.
Ainda segundo a meteorologista, desde 2008 o Brasil registra invernos mais quentes, reflexo direto do aquecimento global. “As mudanças climáticas desestabilizam a atmosfera e favorecem a ocorrência de extremos climáticos, como ondas de calor, secas prolongadas e, eventualmente, ondas de frio severo”, afirma.
Ela também explica a diferença entre previsão do tempo e previsão climática. “A previsão do tempo permite estimativas confiáveis de até sete dias. Já a previsão climática aponta tendências para períodos mais longos, como o trimestre do inverno, com base em modelos atmosféricos e oceânicos”, detalha.
A tendência para os próximos meses é de um inverno sem grandes anomalias térmicas, mas com possibilidade de episódios de frio expressivo, especialmente em julho e agosto.
Com informações da BBC Brasil
