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Moraes vota por nova investigação contra Valdemar Costa Neto em caso de tentativa de golpe

Ministro do STF quer reabrir apuração sobre o presidente do PL por suposto envolvimento em trama golpista que tentou manter Bolsonaro no poder após derrota em 2022

Moraes vota por nova investigação contra Valdemar Costa Neto em caso de tentativa de golpe Créditos: Valter Campanato/Agência Brasil

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou nesta terça-feira (21) pela retomada das investigações contra o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, por suposto envolvimento na tentativa de golpe de Estado que buscou manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder mesmo após sua derrota nas eleições de 2022.

O julgamento ocorre na Primeira Turma do STF, que analisa o chamado Núcleo 4 da trama golpista, conhecido como núcleo da desinformação. De acordo com a acusação, os sete integrantes do grupo atuaram para espalhar informações falsas sobre o sistema eleitoral, além de monitorar e coordenar ataques virtuais contra adversários políticos e instituições democráticas.

Moraes votou pela condenação dos sete réus, entre eles o engenheiro Carlos Cesar Rocha, presidente do Instituto Voto Legal, responsável por elaborar um relatório encomendado pelo PL logo após as eleições de 2022. O documento apontava supostas falhas técnicas em parte das urnas eletrônicas — alegações que foram amplamente desmentidas por órgãos técnicos da Justiça Eleitoral e por peritos independentes.

Segundo o ministro, Rocha tinha conhecimento de que as informações incluídas no relatório eram falsas, mas as produziu “para conferir legitimidade técnica aos ataques do grupo criminoso contra o processo eleitoral”.

O relatório foi utilizado por Valdemar Costa Neto para questionar o resultado das urnas junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Na ocasião, o próprio Moraes, então presidente da Corte, rejeitou a ação e aplicou uma multa milionária ao partido.

“Foi uma das coisas mais bizarras que a Justiça Eleitoral recebeu desde sua criação”, afirmou Moraes durante a sessão.

Valdemar chegou a ser investigado e indiciado pela Polícia Federal (PF) por suspeita de integrar a organização criminosa que articulava o golpe, mas o procurador-geral da República, Paulo Gonet, optou por não denunciá-lo.

A defesa de Carlos Rocha, por sua vez, alegou contradição na denúncia, sustentando que o autor do relatório foi processado, enquanto quem encomendou e utilizou o material para atacar o sistema eleitoral ficou fora da ação penal.

Antes de encerrar seu voto, Moraes defendeu que, caso a condenação de Rocha seja confirmada, os autos e provas do processo sejam anexados ao inquérito que investigou Valdemar Costa Neto, de modo que o líder do PL volte a ser investigado por seu possível envolvimento na tentativa de golpe de Estado de 2022.

 

Com informações da Agência Brasil

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