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Governo do Paraná altera critérios da Gratificação de Tecnologia e Ensino

A medida reajusta o valor máximo do benefício, mas condiciona o pagamento a novos parâmetros, como o Indicador de Efetividade da Educação, entre outras mudanças.

Por Gazeta do Paraná

Governo do Paraná altera critérios da Gratificação de Tecnologia e Ensino Créditos: Lucas Fermin/SEED

Nesta segunda-feira, 9 de dezembro de 2024, o Governo do Paraná publicou no Diário Oficial o Decreto nº 8.222/2024, que altera significativamente os critérios de concessão da Gratificação de Tecnologia e Ensino (GTE). A medida reajusta o valor máximo do benefício para R$ 846,32, mas condiciona o pagamento a novos parâmetros, como o Indicador de Efetividade da Educação (IEE), entre outras mudanças. 

O decreto estabelece que o IEE será calculado com base no desempenho da rede estadual na Prova Paraná Mais, instituída em maio deste ano. Além disso, períodos de faltas injustificadas ou afastamentos superiores a 15 dias resultarão na suspensão da gratificação. A nova regulamentação também exclui da GTE licenças e afastamentos previstos no artigo 4º do decreto, como licença para cursos de aperfeiçoamento, mandato sindical e assunção de cargos políticos não eletivos. 

 

Um modelo contestado

Apesar do reajuste financeiro, o texto trouxe preocupação à categoria, que teme a aplicação subjetiva dos critérios de avaliação, como “produtividade” e “participação”. A APP-Sindicato, que representa os professores estaduais, criticou duramente o modelo em 2022, quando a GTE foi criada. À época, o sindicato classificou o benefício como “um instrumento de vigilância e punição”. 

Agora, com as novas alterações, a equipe de reportagem entrou em contato com a APP-Sindicato para obter um posicionamento atualizado sobre as mudanças promovidas pelo governo.

“Nossa luta sempre foi e sempre será pelos direitos de data-base para todos(as) servidores(as) e Piso Nacional para o Magistério (PSPN),  que alcança a todos(as). Desde o lançamento dessa gratificação temos insistido que fosse transformada em índice de reajuste, que contemplasse tanto os professores(as) da ativa quanto aposentados(as)”, afirmouo secretário de Comunicação da APP, Daniel Matoso.

O sindicato ainda destaca que, sem o pagamento integral da GTE, o governo do Paraná continua não cumprindo a lei do piso salarial dos professores(PSPN) desse ano e, nessa projeção, nem do próximo ano.

 

Impactos no cotidiano docente

A GTE, que integra a composição salarial dos professores, tem sido apontada como um mecanismo que reforça o controle político e financeiro sobre a categoria. Além de não incidir sobre benefícios trabalhistas, como 13º salário e aposentadoria, o benefício está condicionado à disponibilidade orçamentária do Fundeb, o que reforça seu caráter instável.  Entretanto, o governo defende que as alterações visam à melhoria da qualidade educacional, ao atrelar a gratificação ao desempenho escolar e à utilização de tecnologias educacionais. 

O cenário evidencia um impasse: enquanto o governo aposta na vinculação de benefícios ao desempenho, a categoria reivindica uma valorização que contemple a carreira como um todo, sem prejuízos para os direitos trabalhistas ou riscos de perseguições e assédio. 

* A matéria foi atualizada às 19h50 desta quinta-feira (12).

Créditos: Redação

comentários

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    Josafá há 2 dias

    É isso que o povo quer professor ganhando pouco. Parabéns governador.

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    Alex há 1 dia

    Esse foi o pior governo na área de educação do Paraná, estão desmontado os sisterma educacional público e o são. O sistema educacional está sendo utilizado como manobra política e fins de enriquecimento ilicíto por meio das tercerizações. Jamais pensei que vivenciaria a decadência dos profissionais da educação do estado do Paraná como tem sido ultimamente. Todos os dias sofrem asséido moral e são coapovo paranaense dormindo. Muitos profisisonais da educação já abandonaram e outros mudaram de profisgidos pelas políticas educacionais destrutivas, fantasiosas e malignas, que não visam o bem dos adolescentes filhos de trabalhadores e não de políticos. Se a educação do Paraná fosse a melhor do país porque os flhos do governador, dos deputados, dos senadores e do secretário de educação não estudam nas escolas públicas do estado? Paranaenses... Acordem !