Professor é afastado após exibir arma de fogo a alunos em sala de aula no Noroeste do Paraná
Decisão judicial atendeu pedido do Ministério Público; docente é investigado por ameaça, porte ilegal de arma e constrangimento de menores

A pedido do Ministério Público do Paraná (MPPR), o Juiz de Garantias da Vara Criminal de Iporã determinou o afastamento das funções de um professor de 61 anos da rede pública estadual, investigado por ter exibido uma arma de fogo a estudantes durante uma aula. O caso ocorreu em agosto, no Colégio Estadual de Iporã, onde o docente lecionava artes para turmas do sétimo ano do ensino fundamental.
Segundo as investigações, o professor teria se irritado após ser atingido por uma bolinha de papel e, em seguida, mostrado uma arma que estava em sua mochila, afirmando aos alunos que “vocês não sabem com quem estão mexendo”. O episódio foi confirmado por meio de imagens das câmeras de segurança instaladas na sala de aula.
Acionado pela direção da escola, o MPPR abriu investigação após relatos de pais e estudantes. Em depoimento, o professor alegou que o episódio seria uma “brincadeira” e que a arma mostrada seria um simulacro, usado em aulas de teatro.
O docente é investigado pelos crimes de ameaça (art. 147 do Código Penal), porte ilegal de arma de fogo de uso permitido (art. 14 da Lei 10.826/2006) e constrangimento de menores (art. 232 do Estatuto da Criança e do Adolescente). Ao solicitar o afastamento, a Promotoria de Justiça de Iporã argumentou que o comportamento do professor “não se trata de conduta adequada de um educador, pois expõe os alunos à relativização da violência e incentiva o uso de armamento, independentemente do contexto”.
O afastamento foi decretado como medida cautelar por 90 dias, com o objetivo de preservar as investigações. Em caso de descumprimento da decisão, o professor poderá ter prisão preventiva decretada. O Núcleo Regional de Educação de Umuarama foi notificado para adotar as medidas administrativas necessárias e garantir a continuidade das aulas nas turmas em que o investigado atuava.
