Uma juíza colombiana que ganhou ampla repercussão nas redes sociais nos últimos anos foi encontrada morta em sua residência, na cidade de Cúcuta, no departamento de Norte de Santander. O caso é apurado pelas autoridades locais, que ainda não divulgaram a causa da morte.

De acordo com o jornal Extra, Vivian Polanía, de 37 anos, foi localizada sem vida no chão de casa na quarta-feira (17), após familiares acionarem a polícia diante da falta de contato. No imóvel, os agentes encontraram também o filho da magistrada, um bebê de dois meses, que estava ileso.

Segundo a polícia, não havia sinais de arrombamento nem indícios aparentes de violência no corpo, o que levou à suspeita inicial de um mal súbito. As hipóteses de homicídio ou de morte provocada por terceiros, no entanto, não foram descartadas e seguem sob análise pericial.

Vivian Polanía voltou recentemente ao noticiário colombiano após a circulação, nas redes sociais, de um vídeo gravado em 2023 no qual aparece recebendo uma apresentação de lap dance em uma sala do Palácio de Justiça de Cúcuta. À época, a magistrada afirmou que o episódio ocorreu fora do horário de expediente. As imagens reacenderam debates sobre conduta funcional e ética no Judiciário.

Na quinta-feira (18), veículos de imprensa divulgaram áudios atribuídos à juíza, nos quais ela conversa com o ex-companheiro, Anuar Salin Jure. Em um dos trechos, Vivian afirma que, caso algo lhe acontecesse, a responsabilidade deveria ser atribuída a ele. O material foi encaminhado às autoridades e incorporado à investigação.

Em publicação na rede X, o líder político Máximo Noriega afirmou que “a morte da juíza é um grito desesperado contra o assédio moral, profissional e no ambiente de trabalho sofrido pelas mulheres no sistema judiciário colombiano”.

Histórico

O histórico da magistrada foi marcado por episódios controversos. Em novembro de 2022, ela foi suspensa por três meses, sem remuneração, após aparecer seminua durante uma audiência virtual por videoconferência relacionada a um atentado com explosivos contra uma unidade do Exército colombiano. Na ocasião, a Comissão Judicial Disciplinar de Norte de Santander entendeu que a conduta violou deveres funcionais e o código de vestimenta do Judiciário.

Em outras manifestações públicas, Vivian relatou ter sofrido intimidações e ameaças de processos disciplinares por parte de colegas, em razão de sua aparência e da forma de se vestir. Ela também foi investigada por compartilhar fotos de lingerie e afirmou que, ao chegar a Cúcuta, passou a usar roupas mais leves devido ao calor intenso da região. “Cansei de agradar as pessoas em detrimento da minha paz de espírito”, declarou em uma dessas ocasiões.

Com informações do Metrópoles