Amor, mentiras e R$ 500 mil: Homem inventa doença e engana ex-namorada por cinco anos
Durante meia década, servidora pública acreditou estar salvando o companheiro de uma “insuficiência renal grave”. No fim, descobriu que o romance era uma farsa milionária.

Um golpe digno de novela chocou o Distrito Federal. Por cinco anos, um homem manteve uma elaborada farsa para arrancar dinheiro da ex-namorada, uma servidora pública que acreditava estar ajudando o parceiro a sobreviver a uma grave insuficiência renal.
Comovida pelos relatos de sofrimento e pelas supostas sessões de hemodiálise, a mulher chegou a contrair empréstimos e financiamentos, entregando a ele cerca de R$ 500 mil. Parte foi transferida via Pix e TED, outra parte obtida por consignados bancários, tudo em nome do amor e da confiança.
Romance, Segredos e Engano
O relacionamento começou em 2014. Desde o início, o homem evitava apresentar a família e nunca fez questão de conhecer os parentes da vítima. O comportamento reservado parecia apenas timidez — até se revelar parte de uma trama bem calculada.
Ao longo dos anos, os pedidos de dinheiro tornaram-se frequentes. Ele alegava complicações de saúde, exames caros e até viagens internacionais para supostos “cursos médicos”. Nada era verdadeiro.
Casamento Oculto e Desaparecimento
A farsa atingiu o auge em dezembro de 2018, quando o homem se casou oficialmente com outra mulher, sem que a ex soubesse. Mesmo assim, manteve o relacionamento paralelo por mais três meses, até desaparecer de vez, justamente quando a vítima revelou não ter mais como pegar empréstimos.
A verdade veio à tona em março de 2019, quando a mulher encontrou o aviso de casamento publicado em cartório. Mas só em 2022, após orientação jurídica, ela compreendeu que fora vítima de um golpe. A denúncia foi formalizada dois meses depois.
Defesa Sem Sucesso
Durante o julgamento, a defesa tentou de tudo: alegou nulidade das provas, ausência de dolo, decadência do direito de representação e até “boa-fé” do acusado, que, segundo os advogados, pretendia devolver o dinheiro.
A 1ª Turma Criminal do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) rejeitou todos os argumentos. O relator destacou que o homem manteve a vítima em erro por anos, agindo com dolo fraudulento e desaparecendo assim que o dinheiro acabou.
Mensagens, comprovantes de transferências e depoimentos comprovaram o golpe.
Final Amargo
O “doente renal” nunca precisou de hemodiálise. Precisava apenas de novas desculpas para continuar explorando a mulher que acreditava estar salvando uma vida, quando, na verdade, financiava uma mentira.
