Ex-procurador da Lava Jato processa advogada por ação que pediu sua demissão
Ex-integrante da Lava Jato pede indenização de R$ 50 mil por danos morais; grupo vê tentativa de intimidação
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O procurador Diogo Castor de Mattos, conhecido por ter financiado um outdoor em homenagem à força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba, entrou com uma queixa-crime contra a advogada Tânia Mandarino, integrante do Coletivo Advogadas e Advogados pela Democracia (Caad). A informação foi divulgada pelo Jornal GGN.
Na ação, Castor pede que a advogada seja condenada ao pagamento de R$ 50 mil por danos morais. O processo foi motivado por uma ação movida pelo coletivo que buscava garantir o cumprimento da decisão do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), que determinou a demissão do procurador.
A punição do CNMP foi consequência da instalação de um outdoor que exaltava os procuradores da Lava Jato — incluindo o próprio Castor. O órgão entendeu que o ato configurou improbidade administrativa, já que o procurador utilizou recursos próprios para promover a si mesmo e colegas da operação.
O painel, instalado em 2019 em Curitiba, trazia fotos de nove procuradores e a frase: “Bem-vindo à República de Curitiba. Terra da Operação Lava Jato, a investigação que mudou o país. Aqui a lei se cumpre. 17 de março — 5 anos de Operação Lava Jato — O Brasil Agradece”. Após a repercussão, Castor deixou a força-tarefa.
Em nota, o Caad afirmou ainda não ter sido formalmente intimado sobre o processo e classificou a ação como tentativa de intimidação. “Não fomos intimados ainda a respeito dessa querela, mas o Caad avalia que se trata de uma tentativa de intimidar o coletivo na pessoa da advogada Tânia Mandarino diante do julgamento de suspeição da 12ª Turma do TRF-4, que ocorre na 2ª Sessão do TRF-4 e que, seja qual for o resultado, reabrirá a discussão a respeito do outdoor”, diz o texto.
O coletivo destacou ainda sua trajetória em defesa de causas populares e de interesse público. “Nosso coletivo tem nove anos de trabalhos sociais e em prol de causas populares e de interesse público e não se intimidará”, conclui a nota.
