Unidade de elite Tigre completa 35 anos
Criado em 1990, grupo da Polícia Civil do Paraná é referência nacional e internacional em operações de sequestro, técnicas táticas e resgate de reféns
Créditos: PCPR
O Tático Integrado de Grupos de Repressão Especial (Tigre), unidade de elite da Polícia Civil do Paraná (PCPR), completa 35 anos de fundação nesta quinta-feira (30). Criado em 1990, o grupo é especializado em operações contra sequestros, extorsões mediante sequestro e resgate de reféns, sendo reconhecido nacional e internacionalmente por seu rigor técnico e histórico de 100% de sucesso nas missões realizadas.
De acordo com o secretário de Segurança Pública do Paraná, Hudson Leôncio Teixeira, o Tigre é um dos maiores símbolos de eficiência das forças de segurança do estado.
“São 35 anos de uma trajetória marcada por profissionalismo, coragem e êxito em todas as missões. A unidade é reconhecida pela qualidade técnica e pela eficiência de seus integrantes”, afirmou.
Estrutura e atuação
A unidade é composta por três equipes principais:
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Negociação: responsável por manter contato direto com sequestradores e repassar informações estratégicas;
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Apoio técnico: atua na investigação e fornece suporte logístico e de inteligência;
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Resgate: realiza operações táticas quando se esgotam as possibilidades de diálogo.
Além de sequestros, o Tigre também apoia outras divisões da PCPR em ações de alta complexidade, como cumprimento de mandados de prisão e enfrentamento a criminosos armados. O grupo já treinou com forças internacionais como a SWAT e o FBI, dos Estados Unidos.
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Treinamento e tecnologia
Os integrantes passam por treinamentos intensos que incluem tiro de precisão, rapel, mergulho, primeiros socorros e artes marciais. O curso de operações táticas especiais dura entre 60 e 90 dias, com alto índice de exigência física e técnica.
Neste ano, o Tigre formou a primeira mulher integrante da unidade, após 62 dias de treinamento no IX Curso de Operações Táticas Especiais (Cote).
Nos últimos anos, a corporação recebeu novos equipamentos tecnológicos, como óculos de visão noturna, scanners de captação de imagem através de paredes, miradores a laser e sistemas de identificação infravermelha, garantindo mais precisão e segurança nas operações.
Ocorrências recentes
Em 2024, o Tigre atuou em 11 casos de sequestro e extorsão, além de apoiar ações contra o crime organizado. Uma das mais marcantes foi o resgate de uma criança de 1 ano e meio, sequestrada em Curitiba e devolvida à família em menos de 24 horas.
A unidade também participou de uma operação nos Campos Gerais, que resultou na apreensão de fuzis, pistolas, uma metralhadora .50, munições e 20 quilos de explosivos, material que seria usado em ataques a bancos e carros-fortes.
Outra ação relevante foi a prisão de um suspeito envolvido no assassinato do ex-delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Ruy Ferraz Fontes, em São José dos Pinhais. O homem reagiu à prisão e foi morto em confronto.
Histórico e legado
Idealizado pelo delegado Adauto Abreu de Oliveira, o Tigre foi criado em 30 de outubro de 1990, em parceria com o Exército Brasileiro e o Corpo de Bombeiros Militar do Paraná, com instruções em armamento de precisão, rapel e sobrevivência.
A inspiração veio do Grupo Especial de Operaciones (GEO), da Espanha, referência mundial em combate ao terrorismo e resgate de reféns. Desde sua criação, o Tigre ajudou a reduzir drasticamente os casos de sequestro no Paraná, que caíram de 20 para cinco registros anuais nos primeiros cinco anos de atuação.
