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Número de mortos em operação no Rio sobe para 132, diz Defensoria Pública

Defensoria Pública atualiza balanço após ação nos complexos da Penha e do Alemão; civis denunciam remoção de corpos durante a madrugada

Número de mortos em operação no Rio sobe para 132, diz Defensoria Pública Créditos: REUTERS/Ricardo Moraes

A Defensoria Pública do Rio de Janeiro informou, na manhã desta quarta-feira (29), que o número de mortos após a megaoperação policial nos complexos da Penha e do Alemão chegou a 132, tornando o episódio o mais letal da história do estado.

Segundo o órgão, entre as vítimas estão 128 civis e quatro policiais, mortos durante a chamada Operação Contenção, deflagrada na terça-feira (28) pelas polícias Civil e Militar. A Praça da Penha, na zona norte da capital fluminense, amanheceu coberta por corpos enfileirados sob lonas, retirados por moradores das áreas de mata do complexo ao longo da madrugada.

De acordo com relatos de ativistas e moradores, mais de 60 corpos foram removidos por populares antes mesmo da chegada das autoridades. O número, no entanto, ainda não consta no balanço oficial do governo estadual, que até a noite de terça-feira registrava 64 mortes.

A Operação Contenção

A Operação Contenção mobilizou cerca de 2,5 mil agentes das forças de segurança e foi resultado de um ano de investigações conduzidas pela Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE). O objetivo era conter a expansão do Comando Vermelho (CV) e cumprir 100 mandados de prisão contra lideranças e integrantes da facção criminosa.

Entre os alvos, estavam 30 criminosos vindos de outros estados, especialmente do Pará, que estariam escondidos nas comunidades cariocas.

O governo estadual classificou a ação como um “golpe estratégico” contra o crime organizado. No entanto, a operação resultou em uma das maiores tragédias urbanas já registradas no Rio, com intenso tiroteio, escolas e unidades de saúde fechadas e transporte público interrompido.

Prisões e apreensões

Durante a operação, 81 pessoas foram presas, incluindo Thiago do Nascimento Mendes, conhecido como Belão, apontado como operador financeiro do Comando Vermelho e braço direito do líder da facção, Edgar Alves de Andrade, o “Doca” ou “Urso”.

As forças de segurança apreenderam 93 fuzis, número que supera a média mensal de apreensões desse tipo de armamento no estado e se aproxima do recorde histórico.

Imagens registradas por drones da polícia mostraram criminosos fortemente armados fugindo em fila pela mata da Vila Cruzeiro, enquanto o CV chegou a utilizar drones com explosivos para atacar agentes. A estrutura da operação contou com helicópteros, blindados e veículos de demolição.

Impactos na cidade

A megaoperação paralisou boa parte da zona norte do Rio. Escolas municipais e estaduais suspenderam as aulas, postos de saúde não abriram e linhas de ônibus tiveram rotas alteradas por causa dos confrontos.

A Defensoria Pública informou que acompanha os desdobramentos e que vai cobrar esclarecimentos sobre o número de mortos e a atuação das forças de segurança.

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