Ponto 14

Receita revogará ato do Pix porque isso virou uma arma na mão de criminosos, diz secretário

A declaração aconteceu nesta quarta (15), no Palácio do Planalto após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva

Por Luciano Neves

Receita revogará ato do Pix porque isso virou uma arma na mão de criminosos, diz secretário

Da CGN

 

O secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, afirmou que a Receita Federal vai revogar a nova fiscalização do Pix diante da distorção de informação por causa do ato que aconteceu nos últimos dias. De acordo com ele, a Receita vai investigar e responsabilizar as pessoas, junto com a AGU e a Polícia Federal, que disseminaram fake news e fizeram o uso do nome e do símbolo do órgão para dar golpe. A declaração aconteceu ontem (15), no Palácio do Planalto após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ela ocorreu ao lado do Advogado-Geral da União, Jorge Messias, e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Segundo Barreirinhas, nos últimos dias, as pessoas distorceram e manipularam o ato normativo da Receita, o que prejudicou milhões de pessoas e gerou pânico na população. De acordo com ele, isso desacreditou o instrumento de pagamento. “Por conta dessa continuidade do dano, da manipulação desse ato da Receita, eu decidi revogar esse ato”, afirmou.

 

Baixa no Pix

O início de 2025 trouxe mudanças significativas no cenário das transações financeiras no Brasil. Os dados indicam que o volume de transações realizadas com a ferramenta de pagamento instantâneo foi o menor em seis meses. Entre os dias 1º e 14 de janeiro de 2025, foram realizadas 2,29 bilhões de operações via Pix, de acordo com levantamento. Trata-se do menor volume registrado desde julho de 2023. A queda interrompe um ciclo de cinco meses consecutivos de crescimento no uso da plataforma, período que inclui o pico sazonal de dezembro, tradicionalmente marcado pelo pagamento do 13º salário e o aumento do consumo.

Em dezembro de 2024, o Pix atingiu recordes históricos, com 2,7 bilhões de operações registradas nos primeiros 14 dias do mês, somando R$ 1,124 trilhão em movimentações financeiras. Já nos primeiros 14 dias de janeiro, o volume financeiro caiu para R$ 919,2 bilhões, recuo de 15,3% em relação ao mês anterior. A comparação com outros meses do segundo semestre de 2024 também mostra uma redução, evidenciando a queda sazonal típica do período pós-festas.

A queda no uso do Pix em janeiro não surpreendeu especialistas. O Banco Central (BC) destacou que a movimentação está alinhada com a variação sazonal de início de ano, quando o consumo desacelera após o período de maior aquecimento da economia em dezembro. Ainda assim, os números revelam um cenário menos expressivo do que o observado em janeiro de 2024, quando foram realizadas 1,75 bilhão de operações no mesmo intervalo, então o menor número desde outubro de 2022.