Nova concessão prevê 245 ônibus elétricos e modernização do transporte em Curitiba
Investimento de R$ 1,5 bilhão inclui frota elétrica, construção de eletropostos públicos e ampliação da oferta de assentos no transporte coletivo
Créditos: Ricardo Marajó/SECOM
A nova concessão do transporte coletivo de Curitiba promete transformar a mobilidade urbana da cidade e consolidar o compromisso com a sustentabilidade. O plano prevê a incorporação de 245 ônibus elétricos nos primeiros cinco anos de contrato e a construção de eletropostos públicos para recarga e manutenção da frota, em um investimento estimado de R$ 1,5 bilhão.
De acordo com o projeto, 14 linhas receberão veículos 100% elétricos, incluindo os eixos estruturais e as linhas Interbairros. Entre elas estão o Ligeirão Norte/Sul, Circular Sul e Inter 2, além da Centenário/Rui Barbosa e Pinheirinho/Rui Barbosa. Atualmente, Curitiba conta com apenas sete ônibus elétricos em operação.
“Com a nova concessão, Curitiba reforça o compromisso com a redução das emissões, a melhoria da qualidade do ar e a eficiência do transporte público”, afirmou Ogeny Pedro Maia Neto, presidente da Urbanização de Curitiba (Urbs).
Nos primeiros 12 meses do novo contrato, serão entregues 61 novos ônibus elétricos, sendo 54 articulados e sete padron. A previsão é que, até 2031, um terço de todos os assentos ofertados à população seja em veículos de zero emissão.
Eletropostos públicos
Dois grandes eletropostos públicos serão construídos para otimizar a operação da frota elétrica. O Eletroposto Capão da Imbuia terá 16 mil m², com 33 posições de recarga e carregadores de até 240 kWh. Já o Eletroposto Capão Raso contará com 14 mil m², 22 posições e 11 carregadores de alta potência. As estruturas serão compartilhadas entre as concessionárias e funcionarão como bases de apoio operacional.
Frota a diesel e ampliação da oferta
Além dos veículos elétricos, a nova concessão prevê a substituição de 1.233 ônibus a diesel por modelos Euro 6, os menos poluentes do mundo. Desse total, 150 começarão a operar já no início do contrato. As mudanças representam aumento de 3,5% na frota e 5,4% na capacidade total de transporte, o que deve reduzir a lotação e o tempo de espera dos passageiros.
Segundo a Urbs, as melhorias devem atrair cerca de 570 mil novos usuários por mês, impulsionando um crescimento de 3,5% na demanda.
Ajustes e eficiência
O projeto também prevê a revisão de 26 linhas de baixa demanda, com integração temporal e eliminação de sobreposições, buscando mais eficiência e melhor distribuição da frota.
O Sistema Integrado de Mobilidade (Sim) de Curitiba conta hoje com 309 linhas, 22 terminais, 329 estações-tubo e 1.189 ônibus, atendendo 555 mil passageiros pagantes por dia útil — cerca de 6,4 milhões de viagens mensais.
Consulta pública e leilão
A consulta pública sobre a nova concessão foi prorrogada até 17 de novembro, permitindo que a população participe com sugestões e dúvidas. O edital deve ser lançado até o fim do primeiro quadrimestre de 2026.
O leilão abrangerá cinco lotes, sendo dois de BRT e três regionais (Norte, Sul e Oeste), com investimentos previstos de R$ 3,7 bilhões ao longo de 15 anos de contrato.
Com o novo modelo, Curitiba se prepara para dar um passo histórico rumo à mobilidade sustentável, aliando tecnologia, eficiência e respeito ao meio ambiente.
