Lula reúne ministros após operação mais letal da história do Rio
Encontro emergencial no Palácio da Alvorada discute desdobramentos da Operação Contenção, que deixou mais de 130 mortos nos complexos do Alemão e da Penha
Créditos: Tomaz Silva/Agência Brasil
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva convocou, na manhã desta quarta-feira (29), uma reunião emergencial com ministros para discutir as consequências da Operação Contenção, realizada na véspera no Rio de Janeiro. O encontro ocorre no Palácio da Alvorada desde as 10h.
A ação, conduzida pelas forças de segurança estaduais nos complexos do Alemão e da Penha, resultou em mais de 130 mortes, segundo informações preliminares. Moradores seguem retirando corpos de áreas de mata, o que ainda impede o fechamento do número oficial de vítimas.
Participam da reunião o vice-presidente Geraldo Alckmin; os ministros Ricardo Lewandowski (Justiça e Segurança Pública), Rui Costa (Casa Civil), José Múcio (Defesa), Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais), Macaé Evaristo (Direitos Humanos e Cidadania), Sidônio Palmeira (Comunicação), Anielle Franco (Igualdade Racial), além do diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, e do presidente da Embratur, Marcelo Freixo.
Na terça-feira (28), o governador Cláudio Castro reconheceu que a operação ultrapassou “limites e competências” do governo estadual e pediu apoio federal no combate às facções criminosas. Já o ministro da Justiça afirmou não ter recebido solicitação prévia para o uso de forças federais na ação.
O governo federal analisa agora quais medidas serão adotadas diante da escalada de violência. Segundo especialistas, a operação — considerada a mais letal da história fluminense — causou forte impacto social e não atingiu o objetivo de conter o crime organizado.
Durante a ofensiva, o Comando Vermelho reagiu interditando 35 ruas em diferentes regiões do Rio, com barricadas e incêndios, em represália às forças policiais.
Lula retornou de viagem ao Sudoeste Asiático na noite de terça-feira e determinou prioridade total à crise. Ainda ontem, a Casa Civil iniciou reuniões técnicas sobre o tema, e o ministro Rui Costa autorizou a transferência de dez detentos para presídios federais, suspeitos de comandar ações criminosas de dentro das cadeias.
