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Foz: Perimetral Leste segue pronta, mas com falhas aponta PRF e DNIT

Repasses da Itaipu para perimetral cresceram 133% neste ano. Mas PRF e DNIT afirma que via aponta falhas graves de sinalização

Por Eliane Alexandrino

Foz: Perimetral Leste segue pronta, mas com falhas aponta PRF e DNIT Créditos: Assessoria

A Itaipu Binacional já repassou R$ 70 milhões para a execução da Perimetral Leste de Foz do Iguaçu nos últimos dois anos, assegurando a conclusão da obra que liga a BR-277 à cabeceira da Ponte da Integração Brasil–Paraguai. Somente em 2025, o volume transferido chegou a R$ 49 milhões, um crescimento de 133% em relação a 2024, quando foram repassados R$ 21 milhões.

Os recursos deste ano representam 14,4% do custo total do empreendimento, estimado em R$ 341 milhões. Somados, os aportes feitos em 2024 e 2025 correspondem a cerca de um quinto do valor aplicado pela Itaipu na obra. A ampliação dos desembolsos acompanhou a aceleração das atividades na fase final da construção.

Segundo a binacional, não há pendências financeiras. “A ponte e a perimetral formam um único sistema. A abertura só é possível com os acessos concluídos e liberados pelos órgãos responsáveis, garantindo segurança desde o primeiro dia de operação”, afirmou o diretor-geral brasileiro da Itaipu, Enio Verri. Ele destacou que a perimetral é essencial para conectar a ponte às aduanas e à BR-277, organizando o tráfego pesado fora da área urbana.

O projeto é executado em modelo tripartite: o DNIT é o proprietário da rodovia; o Governo do Paraná responde pela contratação e fiscalização das obras; e a Itaipu atua exclusivamente como financiadora. A empresa não participa da gestão direta do canteiro nem dos contratos de engenharia.

De acordo com as partes envolvidas, os atrasos registrados ao longo do cronograma não tiveram origem orçamentária, mas sim em entraves técnicos e jurídicos, como readequações de projetos, licenciamento ambiental, decisões judiciais e questões contratuais. O fluxo financeiro da Itaipu permaneceu assegurado durante todo o período.

Tráfego já começou

Menos de uma semana após a liberação parcial, 10.044 veículos já passaram pela Perimetral Leste, conforme levantamento do DER/PR. A via, entregue na última quinta-feira (11) pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior, tem 14,7 quilômetros de extensão e já contribui para reduzir o tráfego pesado no centro de Foz do Iguaçu.

A operação plena da Perimetral e da Ponte da Integração, no entanto, ainda depende da conclusão da instalação da Receita Federal e de forças federais nas novas aduanas.

 Impacto econômico

O investimento total atualizado no conjunto das obras ultrapassa R$ 443,9 milhões, sendo R$ 86,8 milhões aplicados pelo Governo do Paraná. Além da pavimentação, o projeto inclui seis viadutos e duas aduanas.

Estudo do Ipardes aponta que a Ponte da Integração gerou impacto de R$ 355,2 milhões no PIB do Paraná, com a criação de 5.675 empregos e incremento de R$ 138,5 milhões na massa salarial entre 2019 e 2023.

Com os recursos já garantidos e a obra concluída, a cobrança agora recai sobre a liberação federal, etapa decisiva para que a Perimetral Leste e a nova ponte passem a operar em sua totalidade.

 Discussão da obra

O Governo do Paraná afirmou que toda a sinalização da Perimetral Leste foi executada conforme o projeto aprovado pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). Durante a inauguração da obra, o governador Carlos Massa Ratinho Junior declarou à imprensa que a responsabilidade pelo trecho é do Estado.

Segundo o Executivo estadual, a rodovia teria condições de ser utilizada imediatamente após a inauguração, desde que respeitadas as normas de trânsito e de segurança.

Em sentido oposto, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) divulgou nota oficial informando que a Perimetral Leste ainda não foi liberada para a circulação de veículos pelo DNIT. 

Foram identificados riscos à segurança viária

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) acompanhou na semana passada uma vistoria do DNIT na Perimetral Leste, em Foz do Iguaçu, e identificou problemas graves que colocam em risco a segurança viária ao longo de cerca de 15 quilômetros da rodovia. A situação foi agravada pela retirada das barreiras de concreto que impediam a circulação nos acessos.

Entre as irregularidades apontadas estão falhas na sinalização vertical e horizontal, ausência de dispositivos de proteção, permissão inadequada de ultrapassagens, presença de máquinas e resíduos de obra na pista e falta de iluminação pública.

A PRF destaca que a via integra a BR-277, sob responsabilidade federal, e que a liberação ao tráfego depende de autorização do DNIT e da própria corporação. Diante dos riscos, o órgão sugeriu comunicação ao Ministério Público Federal, fechamento dos acessos, correção das falhas e nova vistoria antes de qualquer liberação definitiva.

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 Foto: Assessoria

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