Aos 81 anos, engenheiro realiza sonho e recebe carteira da OAB em São Paulo
Após mais de 50 anos dedicados à engenharia, Tarcio Paulo Dias Papa decidiu cursar Direito e foi aprovado no exame da OAB
 Créditos: Reprodução/OAB SP
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Oito décadas de vida e um sonho realizado. Aos 81 anos, o engenheiro Tarcio Paulo Dias Papa recebeu, em cerimônia da OAB de São Paulo, a tão esperada carteira de advogado — coroando uma trajetória marcada por dedicação, reinvenção e amor pelo conhecimento.
Natural de Palmital, no interior paulista, Tarcio formou-se engenheiro civil pela Universidade de São Paulo (USP) em 1967, com especialização em hidráulica e saneamento. Ao longo de mais de meio século de carreira, participou de projetos em 23 estados brasileiros e em 12 países, consolidando-se como consultor técnico respeitado.
Mesmo com uma trajetória consolidada, o interesse pelo Direito sempre o acompanhou. A paixão, adiada por compromissos profissionais, encontrou espaço apenas após a aposentadoria. Em 2020, Tarcio decidiu retomar os estudos e ingressou na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), onde iniciou a graduação em Direito.
A convivência com colegas muito mais jovens foi, segundo ele, uma das maiores recompensas da experiência acadêmica. “A sala de aula renova a mente, e nunca sofri preconceito pela idade”, contou o novo advogado. O desempenho de Tarcio foi destaque: manteve média acima de 8,5 durante o curso e foi aprovado de primeira no Exame da OAB, antes mesmo de concluir a faculdade. Formado em 2024, recebeu a carteira profissional no início de 2025.
A cerimônia de entrega foi marcada por emoção. “Foi uma sensação de dever cumprido e de que nunca é tarde para recomeçar”, afirmou.
Testemunha do período da ditadura militar, Tarcio diz que as experiências daquela época reforçaram sua convicção sobre o papel essencial da advocacia na defesa da liberdade e da justiça. “A democracia tem falhas, mas é o melhor sistema que temos. Cabe ao advogado lutar por ela”, destacou.
Com interesse voltado para Direitos Humanos e Direito Internacional, o novo advogado pretende continuar contribuindo para a sociedade. Ele acredita que o envelhecimento não deve ser sinônimo de inatividade. “A sociedade ainda precisa enxergar a pessoa idosa como força de trabalho e não apenas como aposentada. Temos experiência e capacidade para contribuir. O Direito me abriu mais uma porta para isso”, afirmou.
 
                
                
            
 
																			 
																			 
																			 
																			 
																			 
																			 
																			 
																			 
                     
                     
                    