Anvisa proíbe três marcas de café após detectar toxina imprópria para consumo
Produtos das marcas Melissa, Pingo Preto e Oficial apresentaram impurezas e presença da toxina ocratoxina A. Ministério da Agricultura já havia classificado os cafés como impróprios em março.
Por Gazeta do Paraná

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu nesta segunda-feira (2) a fabricação, comercialização, distribuição e propaganda de três marcas de bebida identificadas como "pó para preparo de bebida sabor café", conhecidas popularmente como “café fake”. A decisão foi motivada pela detecção da substância ocratoxina A, uma toxina considerada imprópria para o consumo humano.
As marcas afetadas pela medida são Melissa, Pingo Preto e Oficial. Em 25 de março deste ano, os produtos já haviam sido desclassificados pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) por apresentarem composição irregular e estarem fora dos padrões mínimos de qualidade exigidos por lei.
Além da toxina, as análises laboratoriais revelaram a presença de impurezas e matérias estranhas acima do limite permitido. Segundo a legislação brasileira, o índice máximo é de 1%.
Entre os problemas encontrados estavam:
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Matérias estranhas: como pedras, areia e grãos de outras espécies vegetais;
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Impurezas: como galhos, folhas e cascas misturadas ao pó.
A rotulagem dos produtos também foi considerada enganosa. As embalagens indicavam a presença de “café torrado e moído” ou “polpa de café”, mas os ingredientes usados incluíam grãos crus, resíduos e insumos de baixa qualidade. Em abril, o diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal (Dipov), Hugo Caruso, chegou a classificar os produtos como feitos com “lixo da lavoura”.
Todos os lotes serão recolhidos
Com a nova resolução, a Anvisa determinou o recolhimento de todos os lotes das três marcas. A venda e o consumo estão proibidos em todo o território nacional. O consumidor que já tiver adquirido algum dos produtos deve interromper o uso imediatamente.
A orientação do Ministério da Agricultura é que os consumidores podem exigir a substituição ou reembolso, conforme prevê o Código de Defesa do Consumidor. Caso identifiquem os produtos ainda sendo comercializados, o órgão solicita que a denúncia seja feita por meio da plataforma oficial Fala.BR, com o nome e endereço do estabelecimento.
Com informações do G1.