Milho encerra 2025 em alta e se aproxima da liderança da soja no Paraná
Cultiva ganha espaço no campo paranaense e deve se firmar como a principal em volume produzido nos próximos anos
Créditos: Assessoria
O milho chega ao fim de 2025 como a principal aposta do produtor rural paranaense. A avaliação consta na última edição da Previsão Subjetiva de Safra (PSS) e do Boletim Conjuntural, divulgados pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab). Os dados indicam fortalecimento contínuo da cultura, impulsionado pela demanda interna e pelo dinamismo da cadeia de proteínas animais.
Segundo o Deral, o produtor paranaense encerra o ano atento ao cenário climático e de mercado, com foco em eficiência produtiva, ajustes estratégicos de área e melhor aproveitamento das janelas de plantio. Por ser o último levantamento do ano, a PSS de dezembro tem papel estratégico ao apresentar as primeiras estimativas da segunda safra 2025/2026, especialmente de milho e feijão.
Os números apontam estabilidade nas áreas da primeira safra e confirmam a consolidação do milho na segunda safra, movimento que ocorre com redução da área destinada ao feijão. A tendência, de acordo com o Deral, é que o milho se firme nos próximos anos como a principal cultura do Paraná em volume produzido, aproximando-se e até superando a soja, que segue como base da primeira safra.
O técnico do Deral, Edmar Gervásio, explica que o plantio da soja da safra 2025/2026 já foi concluído em todo o Estado, com expectativa de produção estimada em quase 22 milhões de toneladas. “Dos 5,77 milhões de hectares cultivados, 88% estão em condição boa, 10% em condição média e 2% em condição ruim. Houve uma leve piora nas condições das lavouras em razão de temperaturas mais baixas, menor incidência de sol e episódios de chuvas intensas com granizo e vendavais, registrados principalmente em novembro”, detalha.
Segundo ele, esse cenário climático pode alongar o ciclo da soja e trazer desafios para a implantação da segunda safra de milho, que tem início em janeiro. No Oeste do Paraná, grande parte das áreas já está na fase final de frutificação, enquanto em outras regiões do Estado as lavouras ainda se encontram em desenvolvimento vegetativo.
Para o milho da primeira safra, a projeção é de colheita de 3,5 milhões de toneladas, com 93% das lavouras em condição considerada boa. A produção se concentra principalmente nas regiões Sul e Sudoeste, que, somadas à segunda safra, representam mais de 83% da área plantada no Paraná. Já na segunda safra, o Oeste e o Centro-Oeste se destacam como as principais regiões produtoras.
As estimativas preliminares da PSS indicam crescimento próximo de 1% na área de milho da segunda safra, que deve alcançar cerca de 2,84 milhões de hectares, configurando novo recorde estadual. A produção está estimada em aproximadamente 17,4 milhões de toneladas, volume elevado, embora ligeiramente inferior ao registrado no ciclo anterior, quando o Estado colheu 17,63 milhões de toneladas.
O Deral ressalta que o desempenho final da segunda safra dependerá do andamento da colheita da soja, especialmente no Oeste, já que o bom aproveitamento da janela de plantio é decisivo para o milho. A força da cultura está associada à ampla demanda, tanto para ração animal nas cadeias de frango, suínos, bovinos e piscicultura quanto pelo uso industrial, além da elevada produtividade por hectare.
Outras culturas e cadeias também foram analisadas no Boletim Conjuntural. A soja mantém expectativa de boa produtividade, apesar de desafios climáticos pontuais. A mandioca segue em destaque, com o Paraná liderando a produção nacional destinada à indústria. No feijão, a redução de área nas três safras reflete ajustes do setor em busca de maior equilíbrio econômico.
No segmento de proteínas animais, o Paraná registrou crescimento recorde na produção de carne suína no terceiro trimestre de 2025, com aumento do abate e das exportações. A avicultura mantém a liderança nacional, enquanto a produção de ovos e de carne de peru apresenta expansão nas exportações. Já o setor apícola enfrenta dificuldades no mercado internacional, mas a valorização dos preços garantiu aumento de receita.
De forma geral, o Deral avalia que o cenário agropecuário paranaense encerra 2025 com resiliência, ajustes e oportunidades, com o milho consolidando-se como peça central na estratégia do produtor rural do Estado.
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