Trump confirma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto

Presidente dos EUA descarta prorrogação e mira o Brasil com a maior sobretaxa do pacote comercial

Por Gazeta do Paraná

Trump confirma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto Créditos: Arquivo

 O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou neste domingo (27) que as novas tarifas sobre produtos importados de diversos países entrarão em vigor na próxima sexta-feira (1º), conforme planejado. O Brasil será o mais afetado, com a aplicação de uma tarifa de 50% — uma das mais altas do mundo.

Durante entrevista coletiva ao lado da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, na Escócia, Trump declarou: “O 1º de agosto é para todos”, referindo-se ao prazo final para a entrada em vigor das novas tarifas. Na ocasião, ele também anunciou uma redução nas tarifas para produtos da União Europeia, que passarão a ser taxados em 15%.

A sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros tem gerado forte preocupação no setor produtivo nacional. Empresários têm pressionado o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por uma solução diplomática. O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, chegou a sugerir um pedido formal de adiamento de até 90 dias, nos moldes do acordo fechado em abril.

No entanto, mais cedo neste domingo, o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, descartou qualquer possibilidade de prorrogação. Em entrevista à Fox News, ele afirmou: “Não haverá mais períodos de carência. Em 1º de agosto as tarifas serão fixadas. As alfândegas começarão a arrecadar o dinheiro.”

Apesar do tom firme, Lutnick disse que os Estados Unidos continuarão abertos à negociação. Até o momento, o governo americano fechou sete acordos comerciais desde maio, com países como Reino Unido, China, Vietnã, Japão, Indonésia, Filipinas e, agora, a União Europeia.

As novas tarifas variam entre 15% e 50%, mas apenas o Brasil foi incluído no topo dessa escala. Na quarta-feira (23), Trump havia indicado que o piso das novas tarifas não será inferior a 15%, afirmando que "alguns países receberão 50%, porque não temos nos dado muito bem com eles."

Segundo o próprio presidente americano, a penalização ao Brasil foi motivada por uma suposta perseguição ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por parte do Supremo Tribunal Federal (STF). Trump classificou as investigações como uma “caça às bruxas”, o que teria motivado a imposição da tarifa máxima contra os produtos brasileiros.

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