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Trump anuncia retomada das negociações comerciais com a China em Londres na próxima segunda-feira

Reunião foi confirmada após ligação entre Trump e Xi Jinping; tensão sobre minerais críticos, tecnologia e tarifas motiva nova tentativa de acordo

Por Gazeta do Paraná

Trump anuncia retomada das negociações comerciais com a China em Londres na próxima segunda-feira

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta sexta-feira que os Estados Unidos e a China irão retomar as negociações comerciais na próxima segunda-feira, em Londres, após semanas de impasse diplomático. A nova rodada de conversas busca destravar um acordo entre as duas potências econômicas, cuja relação tem sido marcada por tensão em torno de tarifas, tecnologias avançadas e minerais críticos.

“A reunião deve correr muito bem”, escreveu Trump em suas redes sociais, destacando que a delegação americana será liderada pelo secretário do Tesouro, Scott Bessent, o secretário de Comércio, Howard Lutnick, e o representante comercial Jamieson Greer.

Alívio nas tensões após ligação com Xi

O anúncio ocorre um dia após uma ligação de 90 minutos entre Trump e o presidente chinês Xi Jinping, na qual ambos se comprometeram a aliviar o clima de hostilidade crescente. A conversa foi motivada por preocupações dos EUA com o fornecimento de ímãs de terras raras, minerais essenciais para a indústria de veículos elétricos, defesa e tecnologia americana.

Segundo a agência Reuters, após a ligação, a China liberou licenças temporárias de exportação para fornecedores desses minerais destinados a grandes montadoras dos Estados Unidos. Trump também afirmou ter conseguido o compromisso de restaurar o fluxo desses materiais estratégicos.

Entraves persistem

Apesar do gesto de aproximação, a retomada das negociações acontece em um contexto de suspeitas mútuas e desacordos recentes. Conversas anteriores, realizadas em maio na Suíça, haviam estabelecido uma trégua tarifária, mas fracassaram em Genebra, quando os dois países passaram a se acusar de violações do pacto provisório.

Os Estados Unidos continuam impondo restrições à Huawei e à exportação de chips de inteligência artificial, o que tem gerado reações duras de Pequim. Também houve atrito com a repressão a estudantes estrangeiros chineses em universidades americanas, tema mencionado por Trump durante a ligação com Xi. Segundo o Ministério das Relações Exteriores da China, o presidente americano afirmou que os estudantes chineses “são bem-vindos” nos EUA.

Impacto nos mercados e expectativa moderada

A retomada das negociações foi recebida com cauteloso otimismo em Wall Street, onde investidores enxergam na reunião uma possibilidade de redução das tarifas bilaterais. No entanto, a falta de detalhes sobre concessões concretas e temas sensíveis ainda em aberto mantém o mercado em compasso de espera.

A presença de Howard Lutnick na delegação americana é vista como um possível sinal de abertura do governo Trump para rever certas restrições tecnológicas, o que pode influenciar diretamente o futuro das relações econômicas entre os dois países.

Com informações do Jornal O Globo