“Sou intocável na Itália”, diz Zambelli após deixar o Brasil
Deputada, condenada pelo STF, declarou que pretende pedir afastamento do cargo e se basear na Europa para denunciar decisões da Corte
Por Gazeta do Paraná

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) confirmou nesta terça-feira (3) que está fora do Brasil e que pretende se estabelecer na Europa. Condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos e 8 meses de prisão, além da perda do mandato parlamentar, a deputada afirmou que é "intocável na Itália", onde possui cidadania italiana.
Em entrevista à CNN, Zambelli declarou que não pode ser extraditada daquele país. “Como tenho cidadania italiana, eu sou intocável na Itália, não há o que ele [ministro Alexandre de Moraes] possa fazer para me extraditar onde sou cidadã”, disse.
A condenação diz respeito à participação da parlamentar na invasão do sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), caso que tramita no STF. A defesa de Zambelli já informou que irá recorrer da decisão.
Viagem e afastamento
Zambelli informou que está nos Estados Unidos realizando tratamento médico, mas negou que a saída do Brasil tenha relação direta com sua condenação. “Minha intenção era ficar no Brasil, mas percebo que nós não temos mais justiça no nosso país”, afirmou.
A deputada também declarou que irá pedir afastamento não remunerado do cargo, medida semelhante à adotada pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que também se encontra fora do país.
Críticas ao STF e planos de atuação política
Durante a entrevista, Zambelli voltou a criticar decisões do ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no STF, incluindo a ordem de retenção do passaporte diplomático da parlamentar em 2023, medida que não está mais em vigor. Atualmente, não há impedimentos legais para que ela viaje ao exterior durante a fase recursal do processo.
Segundo Zambelli, seu objetivo é permanecer fora do Brasil por tempo indeterminado. “Vou me basear na Europa. Tenho cidadania europeia. Não é abandono do país, é resistência. É voltar a ser a Carla que eu era antes das amarras que essa ditadura nos impôs”, declarou.
Ela também afirmou que pretende levar denúncias às cortes e instituições internacionais sobre o que considera abusos cometidos no sistema judiciário brasileiro.