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Quem deve mais? Inadimplência cresce no Paraná em outubro, mas fica abaixo da média nacional

Paraná registra aumento de inadimplentes em outubro, com dívidas concentradas em bancos, maior reincidência e queda na recuperação de crédito.

Por Eliane Alexandrino

Quem deve mais? Inadimplência cresce no Paraná em outubro, mas fica abaixo da média nacional Créditos: Marcello Casal/Agência Brasil

O Paraná encerrou outubro de 2025 com alta de 6,96% no número de consumidores inadimplentes em relação ao mesmo mês de 2024. Apesar de expressivo, o avanço ficou abaixo da média da região Sul (8,45%) e da média nacional (8,49%), segundo levantamento do SPC Brasil. 

Na comparação com setembro, a inadimplência no estado cresceu 1,54%, em ritmo ligeiramente mais moderado que o dos demais estados do Sul. A faixa etária de 30 a 39 anos concentrou a maior participação de devedores, com 26,11% do total. A distribuição por sexo segue equilibrada: 50,37% são mulheres e 49,63% homens. A idade média do inadimplente paranaense em outubro foi de 44,9 anos.

Para as entidades de crédito, o quadro reforça a pressão financeira sobre consumidores em plena fase produtiva, período marcado por despesas familiares, financiamento de imóveis e veículos, além dos custos de manutenção da casa.

Em média, cada consumidor negativado no Paraná devia R$ 5.814,30 na soma de todas as pendências. O estudo mostra ainda que: 25,35% têm dívidas de até R$ 500; 37,91% possuem dívidas de até R$ 1.000.

O tempo médio de atraso é de 29,4 meses, e a maior parte dos devedores (34,83%) está negativada há 1 a 3 anos. Os números indicam que, mesmo quando o valor devido é relativamente baixo, o retorno ao mercado de crédito não acontece de forma rápida.

Bancos concentram mais de 60% das pendências

Na análise por setor credor, os bancos lideram com folga: 60,65% de todas as dívidas em atraso no estado são bancárias. Em seguida aparecem os segmentos de comunicação, comércio, água e luz, entre outros.

O número total de dívidas também aumentou: alta de 12,42% na comparação anual, ritmo inferior ao registrado na região Sul (14,81%) e no Brasil (14,43%). Cada inadimplente paranaense acumula, em média, 2,416 dívidas, índice ligeiramente acima das médias regional e nacional.

Mais reincidência e menos recuperação de crédito

A recuperação de crédito continua desafiadora no Paraná. Em outubro, 83,85% das negativações foram de reincidentes. A maioria (64,05%) já possuía dívidas antigas em aberto, enquanto 19,80% voltou a dever após ter limpado o nome nos últimos 12 meses. O intervalo médio entre uma dívida e outra é de apenas 71,8 dias, e o total de reincidentes cresceu 3,55% em 12 meses.

O perfil mais comum entre os que voltam a se endividar é de consumidores de 30 a 39 anos, com idade média de 43 anos, majoritariamente mulheres (52,47%).

Ao mesmo tempo, a recuperação de crédito caiu 10,29% no estado, desempenho pior que o nacional e acima da retração registrada no Sul. O grupo com maior dificuldade para quitar dívidas foi o de consumidores com pendências de 4 a 5 anos, cuja recuperação recuou 25,06%. Entre os que conseguiram pagar, destacam-se os consumidores de 50 a 64 anos, com dívidas médias de R$ 3.522,35, em geral de até R$ 500.

O cenário com mais pessoas voltando a dever e menos conseguindo sair da inadimplência  acende alerta para o comércio e reforça a importância da educação financeira, de programas de renegociação acessíveis e do apoio de associações comerciais e do SPC Brasil no monitoramento e na concessão responsável de crédito.

Foto: Divulgação

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