Paraná registra seis casos e três mortes por intoxicação por metanol; país já soma 15 vítimas
Ministério da Saúde monitora aumento de ocorrências ligadas a bebidas adulteradas; São Paulo lidera em casos, mas Paraná acende alerta com notificações em diferentes regiões do estado
Créditos: Governo de SP/Reprodução
O Paraná confirmou nesta semana mais duas mortes por intoxicação por metanol após o consumo de bebidas alcoólicas adulteradas. As vítimas são uma mulher de 41 anos, moradora de Curitiba, e um homem de 43, de Almirante Tamandaré, na região metropolitana da capital. Com esses casos, o estado chega a três óbitos e seis confirmações de intoxicação desde o início de outubro.
De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), o Paraná contabiliza 25 notificações de suspeitas de contaminação, sendo quatro ainda em investigação. As demais foram descartadas. Entre os casos confirmados, quatro ocorreram em Curitiba, um em Almirante Tamandaré e outro em Foz do Iguaçu, onde também foi registrada a primeira morte no estado, um homem de 55 anos.
As ocorrências no Paraná fazem parte de um cenário nacional preocupante. Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil já soma 58 casos confirmados de intoxicação por metanol e 15 mortes. Outras 50 notificações seguem em investigação. Entre os óbitos confirmados, nove ocorreram em São Paulo, seis no Paraná e seis em Pernambuco. Há ainda nove mortes em análise, sendo duas delas no território paranaense.
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Alerta em todo o país
O estado de São Paulo concentra a maior parte dos registros, com 44 casos confirmados e 14 em investigação. Pernambuco contabiliza cinco confirmações, enquanto Rio Grande do Sul, Mato Grosso e Tocantins registraram um caso cada.
As autoridades de saúde reforçam o alerta sobre os riscos do consumo de bebidas adulteradas. O metanol é uma substância altamente tóxica, incolor e inodora, o que impede a identificação por sabor ou cheiro. Pequenas quantidades são suficientes para causar cegueira, falência de órgãos e até a morte.
A Sesa informou que o primeiro paciente confirmado no Paraná, um homem de 60 anos internado desde o início de outubro, recebeu alta nesta quarta-feira (22). Ainda assim, dois novos casos suspeitos foram notificados — um em Curitiba e outro em São Miguel do Iguaçu, ambos em internação hospitalar.
Assunto foi noticiado na Gazeta; confira
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Sintomas e prevenção
Os sintomas da intoxicação por metanol surgem entre seis e 72 horas após a ingestão e podem ser confundidos com os de uma ressaca comum. Os sinais incluem dor abdominal, visão turva, náusea, confusão mental e fraqueza. Em casos mais graves, há risco de convulsões, dificuldade respiratória, coma e cegueira permanente.
O Ministério da Saúde orienta que qualquer pessoa com sintomas suspeitos procure atendimento médico imediato. A notificação deve ser feita aos Centros de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox), que oferecem suporte especializado a profissionais de saúde e à população.
Para evitar novas ocorrências, o governo reforça que bebidas alcoólicas devem ser adquiridas apenas em locais confiáveis. Rótulos borrados, lacres rompidos e preços muito abaixo do mercado são sinais de alerta. No caso de destilados, é essencial verificar o selo do IPI, que comprova a inspeção do Ministério da Agricultura.
A recomendação também vale para bares e restaurantes, que devem exigir nota fiscal dos fornecedores e manter controle sobre a origem das bebidas comercializadas.
O metanol é utilizado como solvente e combustível em processos industriais e não deve estar presente em produtos de consumo humano. No organismo, ele é convertido em ácido fórmico, substância que pode causar danos graves ao fígado, rins e ao nervo óptico, levando à cegueira ou à morte.
