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Oposição aciona Justiça e cobra esclarecimentos sobre áudios que reforçam suspeitas de caixa dois na Sanepar

Novas gravações detalham valores e supostos repasses ilegais e levam a oposição a acionar a Justiça e órgãos de controle, cobrando respostas do governo e da Sanepar

Por Eliane Alexandrino

Oposição aciona Justiça e cobra esclarecimentos sobre áudios que reforçam suspeitas de caixa dois na Sanepar Créditos: Assessoria Parlamentar

A oposição na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) acionou a Justiça e órgãos de controle para cobrar esclarecimentos sobre novos áudios que reforçam suspeitas de repasse ilegal de recursos da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) para o financiamento da campanha eleitoral de 2022 do governador Ratinho Júnior.

O líder da Oposição, deputado estadual Arilson Chiorato (PT), afirmou que o material será encaminhado às autoridades competentes, incluindo a Procuradoria Regional Eleitoral, e defendeu a abertura de apurações formais. Segundo ele, as gravações detalham valores, prazos e formas de entrega de dinheiro, ampliando a gravidade das denúncias.

“Não adianta o governador dizer que é uma pauta velha. O Ministério Público, a Justiça Eleitoral e a própria Sanepar devem explicações aos paranaenses. A cada dia surgem novos capítulos dessa trama. Se já foi investigado, como afirma o governo, quais foram as conclusões?”, questionou Arilson.

As novas revelações se somam aos áudios divulgados na semana passada pelo Diário de Maringá e repercutidos pela imprensa regional e nacional. Reportagem do Jornal Plural contextualizou parte do conteúdo e apontou que o valor de R$ 4 milhões citado nas gravações se aproxima do déficit registrado na prestação de contas oficial da campanha.

Dados do sistema DivulgaCandContas, do Tribunal Superior Eleitoral, indicam que a campanha declarou cerca de R$ 11 milhões em receitas e R$ 14 milhões em despesas, resultando em um passivo aproximado de R$ 3,4 milhões ao final do processo eleitoral. “O povo do Paraná merece respostas à altura da gravidade dessa situação, no mínimo, lastimável”, afirmou o parlamentar.

Assim como na primeira leva, os áudios mais recentes são atribuídos a pessoas que ocuparam cargos estratégicos na Sanepar e no Executivo estadual. O conteúdo sugere pedidos de arrecadação dentro da estatal, supostamente para cobrir dívidas da campanha de reeleição do governador. Há menções, inclusive, à hipótese de utilização da estrutura da empresa pública como instrumento irregular de arrecadação, com supostos pedidos para que servidores comissionados destinassem parte do Plano de Participação nos Resultados (PPR) à campanha.

Para Arilson Chiorato, as novas gravações expõem “mais capítulos de uma história lamentável”. “O cenário revelado é muito diferente do ‘case de sucesso’ que o governo tenta vender. Falta água para a população, mas, ao que tudo indica, não por falta de recursos, e sim pelo desvio de prioridades”, criticou.

Encaminhamentos

Na semana passada, após a divulgação dos primeiros áudios, Arilson Chiorato e o deputado Requião Filho (PDT) protocolaram representações junto à Polícia Federal, ao Ministério Público do Paraná, à Procuradoria Regional Eleitoral, ao Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR) e à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Os pedidos solicitam a abertura de procedimentos para apurar possíveis crimes eleitorais e irregularidades administrativas.

Paralelamente, os parlamentares apresentaram requerimento de informações à Casa Civil, com base na Lei de Acesso à Informação (LAI), cobrando dados sobre contratos, nomeações, exonerações e providências adotadas pelo governo estadual diante das denúncias envolvendo a Sanepar.

Foto: Divulgação

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