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Mísseis iranianos atingem Tel Aviv e Haifa; tensão se agrava no Oriente Médio

Pelo menos oito pessoas morreram em Israel e 224 no Irã após troca de ataques; G7 discute risco de escalada global.

Por Gazeta do Paraná

Mísseis iranianos atingem Tel Aviv e Haifa; tensão se agrava no Oriente Médio Créditos: Getty

Mísseis lançados pelo Irã atingiram as cidades de Tel Aviv e Haifa, em Israel, antes do amanhecer desta segunda-feira (16), deixando pelo menos oito mortos e dezenas de feridos. As explosões destruíram prédios residenciais, provocaram incêndios e danificaram uma usina de energia no porto de Haifa.

O governo israelense respondeu imediatamente. “Os moradores de Teerã pagarão o preço, e isso acontecerá em breve”, declarou o ministro da Defesa de Israel, em tom de ameaça direta ao regime iraniano.

O conflito, que chega ao quarto dia, já deixou 24 mortos em território israelense — todos civis —, além de centenas de feridos. No Irã, os ataques israelenses causaram pelo menos 224 mortes, sendo 90% das vítimas também civis, segundo informações do Ministério da Saúde iraniano.

A escalada ocorre em meio à maior crise de segurança do Irã desde a Revolução Islâmica de 1979. O governo de Teerã informou que prendeu dezenas de suspeitos de espionagem e sabotagem, supostamente ligados a Israel. A moeda iraniana já acumula uma desvalorização de 10% frente ao dólar desde o início dos bombardeios israelenses, na última sexta-feira (13).

A mídia estatal do Irã confirmou que um hospital na província de Kermanshah foi atingido, além de bairros residenciais, aumentando a pressão internacional sobre os envolvidos.

Imagens que circularam nas redes sociais mostram mísseis cruzando o céu de Tel Aviv, seguidos por explosões. Vários prédios foram destruídos, inclusive nas proximidades da embaixada dos Estados Unidos. O embaixador norte-americano confirmou que o edifício sofreu danos, mas sem vítimas entre os funcionários.

Diante da tensão, o Parlamento iraniano estuda a possibilidade de deixar o Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP), embora o país insista que não busca o desenvolvimento de armas de destruição em massa. Caso avance, a proposta pode agravar ainda mais a instabilidade na região.

Israel, que oficialmente nunca reconheceu nem negou possuir armamento nuclear, é atualmente o único país do Oriente Médio fora do TNP.

O Exército israelense anunciou que, em seus ataques, eliminou quatro autoridades de alta patente da inteligência iraniana, incluindo o chefe da organização de inteligência da Guarda Revolucionária.

Os riscos de uma guerra regional mais ampla preocupam líderes mundiais. Reunidos no Canadá, os integrantes do G7 discutem os desdobramentos da crise. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou ter esperança de um acordo, mas reconheceu que não há sinais concretos de trégua.

A tensão entre Israel e Irã se soma aos impactos da guerra entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza, aprofundando a instabilidade no Oriente Médio e elevando o temor de uma escalada com repercussões globais.

Com informações da Reuters