pref santa tereza Setembro 2025

Greca se mantém em silêncio após denúncias de possível construção em área do Bosque da Copel

Ex-prefeito e atual secretário estadual do Meio Ambiente não se pronunciou sobre projeto que prometia transformar o terreno em reserva natural, mas que hoje enfrenta suspeitas de desmatamento e venda de parte da área

Greca se mantém em silêncio após denúncias de possível construção em área do Bosque da Copel Créditos: Luiz Costa/SMCS

 

O ex-prefeito de Curitiba e atual secretário de Estado do Desenvolvimento Sustentável (Sedest), Rafael Greca, tem evitado se manifestar desde que vieram à tona denúncias sobre um possível empreendimento imobiliário em parte do Bosque da Copel, no bairro Bigorrilho. A área de 47 mil metros quadrados teve grande parte vendida após a privatização da Copel, em 2023, pelo governo de Ratinho Júnior (PSD).

Na semana passada, a vereadora Laís Leão (PDT) encaminhou pedidos de informação e ofícios a diversos órgãos, incluindo a Sedest, comandada por Greca desde março. Nesta semana, o Instituto Água e Terra (IAT), vinculado à secretaria, respondeu à vereadora informando que a responsabilidade pela área é da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (SMMA).

A reportagem do site Plural entrou em contato com a assessoria de Greca na sexta-feira (17), questionando se o secretário gostaria de se manifestar sobre o assunto, mas não obteve resposta até esta quinta-feira (23).

O protocolo de intenções que previa a criação de uma Reserva Particular do Patrimônio Natural Municipal (RPPNM) no terreno foi assinado em dezembro de 2018, por Greca, pela então governadora Cida Borghetti (PP), pelo presidente da Copel na época, Jonel Iurk, e pela secretária municipal do Meio Ambiente, Marilza Dias, que permanece no cargo na gestão do prefeito Eduardo Pimentel (PSD).

Na ocasião, Greca destacou que a criação da reserva permitiria proteger “o manancial onde brotam as nascentes do Rio Campina do Siqueira, afluente do Rio Barigui”. No entanto, o projeto não avançou. Em 2019, Ratinho Júnior nomeou Daniel Pimentel Slaviero — irmão do atual prefeito e neto do ex-governador Paulo Pimentel — para a presidência da Copel.

Após a privatização, em agosto de 2023, a companhia iniciou a venda de imóveis e usinas, o que inclui parte do terreno do Bosque da Copel.

Denúncias e investigação
Laís Leão afirmou ter recebido denúncias sobre o envenenamento e a secagem de araucárias na área, além de informações sobre um possível projeto para construção de 21 prédios no local. Além da Sedest, a vereadora acionou a SMMA, a Secretaria Municipal do Urbanismo (SMU), a Copel e o Ministério Público do Paraná (MP-PR).

A vereadora Giorgia Prates (PT) e os deputados estaduais Requião Filho (PDT) e Goura (PDT) também cobraram esclarecimentos. O MP-PR instaurou uma investigação preliminar para apurar as denúncias.

Após a repercussão, a Prefeitura de Curitiba divulgou um vídeo negando a possibilidade de desmatamento e confirmando que a maior parte da área foi vendida. O Bosque da Copel possui quatro indicações fiscais, sendo que apenas um dos lotes, o menor, pertence ao município, onde está localizada a construção conhecida como “chapéu pensador”.

Com informações do Plural

 
 
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