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Filho mais velho de Lula, Lulinha se muda para Madri e deve permanecer fora do Brasil até o fim do mandato do pai

Empresário foi contratado por empresa espanhola e já vive na capital europeia; processos envolvendo Gamecorp foram arquivados, mas dívidas tributárias ainda são cobradas

Por Gazeta do Paraná

Filho mais velho de Lula, Lulinha se muda para Madri e deve permanecer fora do Brasil até o fim do mandato do pai

Fábio Luís Lula da Silva, conhecido como Lulinha, filho mais velho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mudou-se para Madri, capital da Espanha, e deve permanecer fora do Brasil até, pelo menos, o fim do atual mandato presidencial, em dezembro de 2026. A informação foi confirmada por fontes próximas ao empresário.

De acordo com apuração da coluna, Lulinha foi contratado por uma empresa espanhola para trabalho presencial na capital. Madri é um dos maiores centros financeiros da Europa e a segunda cidade mais populosa da União Europeia.

A reportagem procurou o empresário por e-mail, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria. O espaço segue aberto para manifestação.

Apesar de ser formado em Biologia, Lulinha tem histórico de atuação no setor de tecnologia e comunicação. Ele ganhou notoriedade ao fundar a Gamecorp, empresa que recebeu aportes milionários da Oi/Telemar — entre eles, um investimento inicial de R$ 5 milhões em 2004, durante o primeiro mandato de seu pai na presidência.

Posteriormente, o empresário foi alvo de investigações da Operação Lava Jato. Em 2019, o Ministério Público Federal denunciou Lulinha e outros dez envolvidos por suposto recebimento de vantagens indevidas entre 2004 e 2016. Um dos contratos investigados previa o pagamento de R$ 27 milhões da Oi para um projeto chamado “Portal da Bíblia”. Todos os processos foram arquivados posteriormente.

Viagens com autoridades e polêmicas passadas

No atual mandato de Lula, Lulinha foi visto em visitas a ministérios em Brasília, como o da Educação. Ele também pegou carona em aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB), acompanhando ministros como Fernando Haddad (Fazenda), Simone Tebet (Planejamento) e Luciana Santos (Ciência e Tecnologia). A prática não é considerada irregular, desde que os assentos estejam vagos e a presença do convidado seja autorizada pelas autoridades responsáveis.

Outro episódio controverso envolveu o imóvel onde Lulinha residia nos Jardins, bairro nobre de São Paulo. Em 2012, veio à tona que o aluguel de cerca de R$ 12 mil mensais era pago por uma empresa ligada a Jonas Suassuna, sócio de Lulinha na Gamecorp. Diversas empresas do filho do presidente foram registradas nesse endereço, inclusive a mais recente, a LLF Tech Participações LTDA, aberta em 2022, que atua em áreas como comércio eletrônico, assistência técnica e publicidade.

Recentemente, a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) se manifestou pela continuidade de um processo de cobrança de débitos tributários relacionados às empresas de Lulinha. O valor acumulado ultrapassa R$ 10 milhões, originado em autuações fiscais ligadas às investigações da Lava Jato.

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