pref santa tereza Setembro 2025

EPR Iguaçu enfrenta desafio técnico e cultural no Sudoeste

Implantação de uma nova cultura de convivência com o sistema de concessão rodoviária é um dos desafios que a concessionária tem enfrentado

Por Da Redação

EPR Iguaçu enfrenta desafio técnico e cultural no Sudoeste Créditos: EPR Iguaçu

A BR-163, que corta o Sudoeste do Paraná, é hoje um dos maiores desafios enfrentados pela EPR Iguaçu no início da concessão do Lote 6 do novo programa de pedágios do Estado. Diferente da BR-277, que já havia passado por concessão anterior, o trecho da 163 sempre esteve sob responsabilidade do Departamento de Estradas de Rodagem (DER-PR), o que exige da concessionária não apenas uma transformação técnica, mas também uma adaptação cultural junto às comunidades que margeiam a rodovia.

Em entrevista à Gazeta do Paraná, o diretor executivo da EPR Iguaçu, Silvio Caldas, explicou que o trabalho de recuperação da malha começou ainda antes da assinatura oficial do contrato de concessão, diante das condições críticas observadas em diversos segmentos.

“Antes mesmo da assinatura do contrato de concessão, nós já havíamos iniciado as obras, principalmente na região Sudoeste, no trecho que pertencia ao governo de estado. Nós tivemos uma autorização e iniciamos os trabalhos que foram de manutenção do pavimento, manutenção da sinalização, tanto horizontal como vertical e limpezas de uma forma geral. Nós fizemos uma requalificação do pavimento em vários pontos. Hoje a gente já soma aí mais de 250 km de recuperação do pavimento flexível, ao longo das rodovias”, detalhou Caldas.

Segundo ele, parte da BR-163 apresenta um tipo de estrutura diferente das demais rodovias administradas pela empresa. “No caso da BR-163, nós temos uma particularidade que parte dela é em pavimento de concreto, um pavimento rígido que nós chamamos. Nesse fizemos toda uma avaliação, elaboramos estudos e verificamos a necessidade de uma intervenção, com a substituição e troca de placas de concreto ao longo do segmento”, explicou.

A análise técnica indicou a necessidade de uma ampla substituição dessas estruturas, que apresentavam desgaste acentuado e comprometiam a trafegabilidade e a segurança. “Hoje passamos de 600 placas que precisarão ser substituídas em função desses problemas. Então nós estamos trabalhando nessa frente para devolver toda a condição e os parâmetros que são exigidos no contrato de concessão”, afirmou.

Enquanto as intervenções avançam, a empresa atua também na BR-277, rodovia que, embora apresente demandas expressivas, estava em melhor estado do que a 163 e outras estradas estaduais incluídas no mesmo lote.

“A BR-277 tem muito trabalho a ser feito nela, mas estava numa condição melhor que a BR-163 e de algumas PRs que assumimos. Nós temos alguns desafios, né, quando nós falamos aí com relação a esses segmentos. O primeiro desafio é um desafio técnico mesmo, das condições que as rodovias se encontravam, principalmente na região Sudoeste”, pontuou o diretor.

De acordo com Caldas, os primeiros meses de operação têm exigido uma mobilização intensa de equipes, equipamentos e recursos para garantir a recuperação estrutural e a manutenção contínua da malha. Ele afirma que o objetivo é restabelecer o padrão de qualidade previsto em contrato e proporcionar aos usuários uma rodovia mais segura e confortável.

“Ali tem demandado um esforço maior no sentido de mobilização de equipes, colaboradores, equipamentos, para que a gente restabeleça, o mais rápido possível, e traga as melhores condições para a rodovia. Então temos esse desafio técnico com relação às condições que estavam mais precárias”, ressaltou.

Além das dificuldades operacionais, o diretor da EPR Iguaçu destacou que o trabalho na BR-163 envolve um componente que vai além da engenharia: a implantação de uma nova cultura de convivência com o sistema de concessão rodoviária.

“Também temos um desafio cultural, de um segmento que nunca teve pedágio, nunca teve essa assistência e nunca teve essa manutenção com presença constante de equipes, de colaboradores e de atendimento”, observou.

Para Silvio Caldas, parte da missão da concessionária é mostrar à população local os benefícios que o modelo pode oferecer, desde a melhoria contínua das condições de tráfego até o atendimento emergencial mais ágil.

“Estamos sendo bem recebidos, temos conversado com as prefeituras, com a comunidade e recebido as demandas desses locais, bem como os feedbacks com relação à atuação. Mas é uma cultura diferente de quem não estava acostumado com toda essa questão. Agora estamos passando para eles como é o pedágio, como funciona, como estão as tratativas, que estamos por lá para sermos parceiros da comunidade, trazendo uma rodovia melhor e uma experiência melhor para todo mundo”, afirmou.

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