Desconto de 61% em licitação expõe superestimativa de preço na Alep
Análise de mercado da ALEP estimou valor total de R$1,2 milhão para instalação de guardacorpos, mas valor final do certame foi de pouco menos de 500 mil
Por Gazeta do Paraná
Um dos últimos atos de Ademar Traiano na presidência da Assembleia Legislativa do Paraná foi o lançamento de um processo licitatório para a contratação de empresa especializada para o fornecimento e instalação de 2 (duas) unidades de guardacorpos nos 1º e 2º balcões (galerias) do Plenário da ALEP. A compra em si parece normal, o problema vem quando se confere o preço máximo da licitação: R$ 1.279.898,80.
O pregão eletrônico aconteceu no último dia 18, de forma online, e 13 empresas participaram do certame. O preço, obviamente, caiu muito em relação ao estimado como valor máximo pelo setor de compras da ALEP. A empresa que ficou em primeiro lugar na licitação, mas que ainda “pena” para tentar assumir a fornecimento dos guardacorpos, devido a reprovação da documentação, ofereceu um valor total de R$ 495.320,8356, 61,30% abaixo do preço que foi estipulado pela ALEP.
A empresa que está na segunda colocação, e que deve ser a contemplada caso a documentação da primeira empresa seja realmente reprovada, ofereceu um desconto um pouco menor, com valor total de R$ 496.600,7344, o que equivale a 61,20% menos do que o valor que foi proposto pela assembleia.
O que choca, é que o preço total oferecido por essas empresas, é menor do que o valor estipulado apenas para um guardacorpo, pelo edital realizado pela Assembleia Legislativa. Somente para o fornecimento e Instalação de guardacorpo em chapa rígida de policarbonato 12mm de espessura e com estrutura em alumínio do primeiro bloco, a ALEP estimou um valor máximo de R$ 667.909,97. Já com relação ao segundo bloco, que é 26 centímetros quadrados menor, é de R$ 611.988,83. Ao todo, a área a ser instalada o guardacorpos é de 136,44m².
Na contratação, a ALEP justifica que “após análise técnica realizada pelo Gabinete Militar da Assembleia Legislativa do Estado do Paraná, foi identificada necessidade de se elevar a segurança interna, tanto das instalações físicas existentes sob a responsabilidade do Poder Legislativo, como também, e em especial, de todos os civis, visitantes, servidores e autoridades parlamentares, que diariamente comparecem nas dependências desta Casa de Leis”.
Na justificativa, ainda é posto que as ocupações da casa, tratadas no documento como “invasões”, foram consideradas para a instalação desses guardarcopos. “Referidas invasões, afora os consideráveis prejuízos ocasionados ao erário público em razão da depredação do patrimônio público, também coloca em risco a integridade física dos servidores, colaborados, membros da ALEP, profissionais de imprensa, além dos próprios manifestantes e demais presentes no local. E mais ainda, referidas manifestações infelizmente acabam interferindo na própria autonomia e independência do Poder Legislativo do Paraná, na medida em que há a interrupção dos trabalhos e atividades legislativas desempenhadas”, diz o edital.
O contrato com a empresa vencedora terá duração de seis meses, a contar da data da sua assinatura, e que a estimativa de preços dos serviços foi definida “com base no menor valor obtido através de ampla pesquisa de mercado a potenciais fornecedores e GMS, conforme documentação comprobatória pertinente aos levantamentos e estudos que fundamentam o preço estimado”.
Créditos: Da Redação Cascavel