Cristina Kirchner celebra visita de Lula e critica Javier Milei
Ex-presidente argentina classificou o encontro como ato político e acusou governo Milei de desmontar a democracia
Por Gazeta do Paraná

A ex-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, recebeu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta quinta-feira (3), em Buenos Aires. Cristina cumpre prisão domiciliar após condenação por corrupção, e classificou a visita de Lula como um “ato político” de solidariedade.
Em publicação na rede social X, Cristina relembrou que Lula também enfrentou perseguições políticas e chegou a ser preso. “Lula também foi perseguido, também sofreu lawfare até ser preso, também tentaram silenciá-lo. Não conseguiram. Ele voltou com o voto do povo brasileiro e de cabeça erguida. Por isso, hoje sua visita foi muito mais que um gesto pessoal: foi um ato político de solidariedade”, escreveu.
O presidente brasileiro está na capital argentina para participar da Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul. O Brasil assumiu nesta semana a presidência temporária do bloco econômico.
Críticas a Milei
Cristina Kirchner aproveitou a ocasião para criticar duramente o presidente Javier Milei. Ela ironizou medidas adotadas pelo governo durante uma onda de frio que atinge o país. “Ei, Milei… com essa onda polar que estamos passando… o que você faz? A única coisa que te ocorre é colocar outro aumento nas contas, mais 6,4%? Tarifas nas alturas, aquecedores desligados, você falando que fez um bom trabalho no Mercosul… e deixou Mar del Plata sem gás”, escreveu.
A ex-presidente também fez um alerta sobre o estado da democracia no país. “Nos custou demais construir a democracia argentina para permitir que agora, passo a passo, a desmontem. No entanto, essa mesma democracia hoje está sendo esgotada por dentro por um governo que se diz ‘libertário’… mas que só dá liberdade aos mais ricos.”
Outros encontros de Lula em Buenos Aires
Além do encontro com Cristina, Lula manteve compromissos diplomáticos com outras lideranças. Tomou café da manhã com o presidente do Paraguai, Santiago Peña, e também se reuniu com o ativista de direitos humanos Adolfo Pérez Esquivel, além dos presidentes da Bolívia, Luis Arce, e do Panamá, José Raúl Mulino.
