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Celepar já teria data para ir à leilão, revela deputado Arilson

Líder da Oposição na Alep afirma que o governador acelera a privatização da empresa pública, contrariando decisões da Justiça

Por Eliane Alexandrino

Celepar já teria data para ir à leilão, revela deputado Arilson Créditos: Roberto Dziura/AEN

O leilão da Companhia de Tecnologia da Informação e Comunicação do Paraná (Celepar) já teria data marcada. É o que revelou o deputado Arilson Chiorato (PT), Líder da Oposição na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), ontem(8). De acordo com o parlamentar, o avanço ocorre de forma silenciosa, mas o leilão na bolsa de valores estaria previsto para o dia 13 de janeiro de 2026.

Além de revelar a possível data da privatização, o deputado Arilson, que também preside o PT-PR, informou que apresentará ao Supremo Tribunal Federal (STF) documentos que comprovam dependência tecnológica do Governo do Estado em relação à Celepar. A medida foi tomada após resposta do Governo Ratinho Jr. à Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI), assinada no mês passado pelo PT e o PSOL, em que argumenta que o Governo do Paraná não depende dos serviços ofertados pela Celepar.

Na Tribuna da Alep, o deputado Arilson apresentou contratos assinados pelo Governo do Estado que contrariam o argumento apresentado ao STF. Para ilustrar a situação, o Líder da Oposição citou a criação da Superintendência-Geral de Governança de Serviços e Dados (SGSD), instituída em 2024 pelo Decreto nº 5.866. Ligada à Casa Civil, a estrutura foi apresentada como o novo “centro de comando” da tecnologia estadual, mas assumiu funções já executadas pela Celepar.

A implantação da SGSD consumiu R$ 41,5 milhões. Segundo o deputado Arilson, ao analisar documentos oficiais do próprio governo, o órgão confessou não ter equipe técnica suficiente, além de não possuir estrutura adequada e não conseguir operar os sistemas sozinho.

A consequência foi a contratação da própria Celepar sem licitação, em um contrato de R$ 86,5 milhões por cinco anos, revelou o deputado. “O arranjo evidencia uma manobra clara: antes de vender, garantem receita ao futuro comprador. O Estado assume o custo, e a iniciativa privada recebe o lucro”, disse.

O parlamentar informou que enviará ao Supremo documentos oficiais que confrontam o discurso apresentado pelo Executivo e demonstram a real necessidade da estatal para o funcionamento do Paraná. “Esse acordo comprova a dependência tecnológica em relação à Celepar. No STF, o Governo Ratinho Jr. diz que não precisa da empresa. Aqui dentro, mostra que precisa, e muito. Isso não é coerente. Vamos documentar e levar essas informações ao SFT”, afirmou.

Na avaliação do deputado Arilson, a Celepar sustenta os sistemas da saúde, segurança, justiça, arrecadação e educação. “Sem a Celepar, nada disso anda”, disse. Para ele, vender a empresa compromete a operação diária do Estado e expõe os dados de milhões de paranaenses.

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O deputado Arilson encerrou seu discurso na tribuna reafirmando o papel estratégico da Celepar, uma vez que reúne tecnologia própria e concentra décadas de investimento público. A privatização, segundo ele, coloca em risco a autonomia tecnológica do Estado, fragiliza serviços essenciais e entrega à iniciativa privada o controle de dados sensíveis.

O Líder da Oposição observou, entretanto, que a iniciativa só pode avançar caso o Governo Ratinho Jr. consiga derrubar as liminares que hoje impedem a privatização. As decisões judiciais foram concedidas em ações que contestam a legalidade do processo de venda e apontam riscos ao patrimônio público. Com essas liminares em vigor, o governo fica impedido de dar continuidade ao processo de alienação da empresa.

O Líder da Oposição criticou o avanço do processo durante o recesso e cobrou clareza nas ações do Governo Ratinho Jr.. “O Paraná não pode ter um discurso para o povo e outro no STF”, afirmou.

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Foto: Assessoria

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