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Brasileirão tem nove técnicos gringos

Ao todo são nove treinadores gringos, sendo cinco portugueses e quatro argentinos. Lusos venceram quatro das últimas seis edições

Por Luciano Neves

Brasileirão tem nove técnicos gringos Créditos: Cesar Greco

Os olhares se voltam para a Seleção Brasileira mais uma vez porque há a possibilidade da troca do comando técnico mais uma vez, um ano antes da Copa do Mundo de 2026. O presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, irá fazer uma reunião com o atual treinador da Seleção, Dorival Júnior, nesta sexta-feira (28). Dorival, inclusive, acabou de completar um ano no comando do time canarinho. Quando recebeu o convite para assumir a Seleção, parecia uma escolha meio óbvia em virtude dos bons resultados que o treinador teve no comando de Flamengo e São Paulo. No entanto, o desempenho da Seleção na Era Dorival coloca o treinador em xeque, com pressão elevadíssima.

A possível troca no comando técnico faz a CBF voltar os olhares para os treinadores estrangeiros. Há quem diga que Ednaldo Rodrigues fará uma investida ainda maior em Carlo Ancelotti, treinador do Real Madrid. Lá atrás, muito antes de Dorival chegar na Seleção, antes mesmo da passagem fatídica de Fernando Dinizm como treinador, o presidente da CBF afirmava com veemência que tinha um acerto com o treinador italiano. Mas o próprio Ancelotti desmentiu Ednaldo. Depois disso, ganhou mais uma Champions com o Real, faz boa campanha no atual torneio e ainda terá a possibilidade de conquistar o Mundial de Clubes da Fifa desse ano. Só um louco trocaria o certo pelo duvidoso...

Independente disso, o caminho para a Seleção parece ser mesmo a opção por um estrangeiro. Basta avaliar a relação do Campeonato Brasileiro, a principal competição nacional, com os treinadores gringos. A Série A do Brasileirão, que inicia neste fim de semana, conta com nove gringos, sendo cinco portugueses e quatro argentinos. Essa quantidade de estrangeiros no começo do Brasileirão não é um recorde. Em 2023 esse número chegou a dez. Em 2024 o campeonato começou com nove, mas atingiu dez durante a disputa. Inclusive, os técnicos lusos estão dominando a elite nacional. Técnicos portugueses foram campeões das últimas três edições do Brasileiro. Abel Ferreira, do Palmeiras, foi campeão em 2022 e 2023. Artur Jorge conduziu o Botafogo à conquista no ano passado. Antes deles, Jorge Jesus, com o Flamengo, abriu o caminho dos lusos ao faturar o Brasileirão daquele ano com o Flamengo. Aliás, Jorge Jesus e o compatriota Artur Jorge foram protagonistas de uma mesma situação. Com seus clubes, venceram o Brasileirão e a Libertadores da América, no mesmo ano. Abel Ferreira, o treinador mais longevo da Série A, também abocanhou duas Libertadores com o Verdão. Com o atual elenco do Palmeiras, Abel inicia o Brasileirão entre os favoritos ao título.

O atual Fogão não conta mais com Artur Jorge, mas tenta se reencontrar com outro português, Renato Paiva. O campeonato nacional contará com outros três treinadores lusos: Leonardo Jardim, no Cruzeiro, Pedro Caixinha, no Santos e Pepa, no Sport. Os argentinos também querem mostrar serviço por aqui. E outros quatro times contam com treinadores estrangeiros. No entanto, estes estão um pouco menos badalados neste início de Brasileirão, pois já sofreram alguns baques. Ramón Díaz, no Corinthians, amargou uma eliminação precoces na fase prévia da Libertadores da América, Juan Pablo Vojvoda tem uma longa trajetória no Fortaleza, mas perdeu o Campeonato Cearense para o Ceará, situação parecida vive Gustavo Quinteros, no Grêmio. Ele assumiu o Tricolor Gaúcho no início desta temporada. Mas viu a supremacia gremista conquistada nos últimos sete anos, no Gauchão, se esvair ao perder o título para o Internacional. O quarto argentino é Luís Zubeldía, que tem um trabalho um pouco mais consolidado no São Paulo. No entanto, ainda lhe falta um título. O fato curioso é que, de alguma forma, Dorival Júnior abriu o caminho para o argentino no Tricolor Paulista. Dorival era o técnico do São Paulo no início de 2024, mas deixou o time para assumir a Seleção Brasileira. O time paulista optou por Thiago Carpini, que teve um bom trabalho no Juventude e hoje trabalha no Vitória. Carpini não deu certo. E o São Paulo voltou os olhares para os trabalhos estrangeiros. Por isso foi atrás de Zubeldía.

Créditos: Luciano Neves