Aviões da FAB para ministros só têm combustível até dia 3 de agosto
Contingenciamento orçamentário impacta operações da Aeronáutica e pode comprometer até transporte de órgãos para transplante
Por Gazeta do Paraná

As aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB), utilizadas para o transporte de autoridades e em missões de interesse público, como o transporte de órgãos para transplantes, só têm combustível garantido para decolagens até o dia 3 de agosto de 2025. A informação foi confirmada pela própria FAB, que atribui a limitação ao contingenciamento de R$ 812,2 milhões determinado ao Comando da Aeronáutica (COMAER) em maio deste ano.
Além da escassez de querosene de aviação (QAV), a FAB também enfrenta dificuldades na manutenção das aeronaves, o que pode comprometer ainda mais a continuidade das operações essenciais. Em meio à crise financeira, o governo federal determinou a instalação de duas salas VIP da FAB na COP30, evento internacional sobre o clima que ocorrerá em novembro, em Belém (PA).
De acordo com o orçamento da Aeronáutica para 2025, dos R$ 29,4 bilhões previstos, R$ 13,2 bilhões já foram utilizados. A maior parte R$ 23,7 bilhões está destinada ao pagamento de pessoal ativo e inativo, como salários e pensões. Para materiais de consumo, como combustível, restam apenas R$ 2,2 bilhões, enquanto R$ 1,6 bilhão está reservado a investimentos.
A FAB destacou que os cortes orçamentários foram estabelecidos faltando sete meses para o fim do exercício, o que agravou o impacto em todas as áreas da força, incluindo atividades operacionais, logísticas e administrativas.
Confira, abaixo, a nota oficial da FAB na íntegra:
“A Força Aérea Brasileira (FAB) informa que o Decreto n° 12.447, de 30 de maio de 2025, determinou a contenção de cerca de R$ 2,6 bilhões ao atual orçamento do Ministério da Defesa.
Desse total, coube ao Comando da Aeronáutica (COMAER) a contenção de R$ 812,2 milhões, dos quais R$ 483,4 milhões em despesas discricionárias e R$ 328,8 milhões em projetos estratégicos.
No tocante às despesas discricionárias, foram estabelecidos critérios, métodos e premissas para a definição das ações orçamentárias cujas atividades e projetos seriam afetados. Dentro das possibilidades de absorção dos valores conforme a classificação orçamentária, foram priorizadas despesas discricionárias que dão suporte orçamentário para a execução de determinadas atividades, e também para compromissos já assumidos, em detrimento de outras áreas.
Contudo, considerando o alto valor dos bloqueios e dos contingenciamentos estabelecidos, e o fato de essas contenções terem sido estabelecidas restando sete meses do atual exercício, houve impactos severos em praticamente todas as atividades, desde as operacionais, até as logísticas e administrativas.”
