A tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos às exportações brasileiras, anunciada pelo presidente Donald Trump, deve impactar diversos setores estratégicos da economia nacional. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e representa um duro golpe para o comércio bilateral, especialmente considerando que os EUA são o segundo maior destino das exportações brasileiras.

Entre os principais produtos que devem sofrer com o tarifaço estão petróleo bruto, minério de ferro, aço, máquinas e motores, aeronaves, produtos eletrônicos, café, carne bovina, suco de laranja e açúcar. Os dados são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e se referem ao volume exportado em 2024.

Ao todo, o Brasil vendeu US$ 40,3 bilhões em mercadorias aos Estados Unidos no ano passado a maior cifra da série histórica. O número representa um crescimento de 9,2% em relação a 2023, quando o total foi de US$ 36,9 bilhões.

A decisão de Trump ocorre em meio a críticas à atuação da Justiça brasileira contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. O líder norte-americano afirmou que o Brasil não estaria "sendo bom" para os EUA e ameaçou aplicar tarifas ainda maiores, a depender da postura do governo brasileiro.

Em resposta, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva prometeu acionar a Lei de Reciprocidade Econômica para adotar contramedidas comerciais. Segundo ele, o Brasil não aceitará imposições unilaterais que afetem negativamente os produtores nacionais.

Trump já havia sinalizado, anteriormente, que poderia rever a sobretaxa caso o Brasil abrisse mais seu mercado e removesse barreiras comerciais exigência que tem sido vista por analistas como tentativa de pressionar países do Brics a se alinharem economicamente aos interesses dos EUA.