“Vamos fazer um bom acordo”; diz Lula sobre Trump e tarifaço dos EUA
Presidente diz que confia na negociação para encerrar tarifaço e sanções a autoridades brasileiras; conversas entre equipes dos dois países começam nesta semana
Créditos: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira (27) que o Brasil e os Estados Unidos devem chegar a um “bom acordo” nas negociações sobre o tarifaço aplicado por Washington a produtos brasileiros e as sanções impostas a autoridades do país.
Lula falou com jornalistas em Kuala Lumpur, capital da Malásia, onde participou da 47ª Cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean). No domingo (26), o presidente brasileiro se encontrou com o norte-americano Donald Trump, e entregou a ele um documento com as propostas brasileiras.
“Eu entreguei para ele um documento das coisas que eu queria conversar. Portanto, não foram apenas palavras. Ele sabe o que o Brasil quer, e eu acho que nós vamos fazer um bom acordo”, declarou o presidente.
Segundo Lula, a equipe designada para conduzir as negociações com o governo dos Estados Unidos é formada pelos ministros Fernando Haddad (Fazenda), Mauro Vieira (Relações Exteriores) e pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, que também comanda a pasta do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
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O presidente disse que, caso surjam impasses durante as tratativas, pretende conversar diretamente com Trump. “O que nós estabelecemos é uma regra de negociação, e toda vez que tiver dificuldade, eu vou conversar pessoalmente com ele. Ele tem o meu telefone, eu tenho o dele. As equipes vão negociar, e a minha é de alto nível”, afirmou.
Lula também destacou que o Brasil pretende discutir, além das tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, o fim das punições impostas a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e a outras autoridades, como o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, cuja esposa e filha tiveram os vistos dos EUA revogados em agosto.
“Nós queremos negociar o fim das punições aos ministros da Suprema Corte, o fim da punição contra o ministro Padilha e sua filha, e a questão da taxação. Essa taxação, segundo a carta dele (Trump), foi baseada em uma informação equivocada. Ele sabe que o Brasil tem superávit, e eu entreguei para ele um documento comprovando isso”, disse Lula.
Após a reunião, que durou cerca de uma hora, as delegações dos dois países se prepararam para avançar nas negociações ainda nesta segunda-feira. O governo brasileiro busca a suspensão do tarifaço e um novo cronograma de cooperação comercial.
Em declaração anterior, Lula afirmou estar otimista com o andamento das tratativas. “Estou convencido de que, em poucos dias, teremos uma solução definitiva entre Estados Unidos e Brasil. É assim que eu volto: satisfeito e certo de que tudo vai dar certo para o povo brasileiro.”
A primeira rodada de discussões está sendo conduzida pelo chanceler Mauro Vieira e pelo representante de Comércio dos Estados Unidos (USTR), Jamieson Greer.
Em entrevista coletiva, Vieira informou ter se reunido com o secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, para tratar de um acordo breve sobre as tarifas, e que um calendário de encontros será definido na próxima semana para discutir os setores mais afetados.
Trump também comentou sobre o encontro e demonstrou disposição em manter o diálogo. “Acho que vamos conseguir fazer alguns acordos muito bons que estamos discutindo, e teremos um relacionamento muito bom”, disse o presidente norte-americano.
