Grupo Pátria e consórcio da Way Brasil disputarão leilão do pedágio no Lote 5 do Paraná
Último certame do programa estadual de concessões deve movimentar mais de R$ 11 bilhões
Por Da Redação
Créditos: Assessoria
A disputa pelo Lote 5 de rodovias do Paraná, marcada para esta quinta-feira (30), promete encerrar com força o ciclo de leilões estaduais iniciado em 2023. O certame, que será realizado na sede da B3, em São Paulo, atraiu oficialmente dois grupos: a gestora Pátria Investimentos, que já atua no Estado, e o consórcio formado pela Way Brasil e pela gestora Kinea. A entrega das propostas ocorreu nesta segunda-feira (27), com representantes das duas empresas presentes.
A concessão prevê R$ 6,7 bilhões em investimentos obrigatórios e outros R$ 5,2 bilhões em despesas operacionais estimadas ao longo do contrato de 30 anos, totalizando cerca de R$ 11,9 bilhões. O vencedor será definido pelo maior desconto oferecido na tarifa de pedágio em relação ao teto fixado em edital, dentro das regras do modelo híbrido adotado pelo governo paranaense.
O Lote 5 compreende 430,7 quilômetros de rodovias federais e estaduais, entre elas, as BRs 158, 163, 369, 467 e a PR-317, cortando regiões estratégicas do Oeste e Noroeste paranaenses. As estradas ligam o Estado ao Mato Grosso do Sul e ao Paraguai, formam importantes eixos de escoamento da produção agrícola e industrial e interligam cidades como Guaíra, Marechal Cândido Rondon e Cascavel.
O pacote de obras previsto no contrato inclui 238 quilômetros de duplicações, 20 quilômetros de vias marginais, 3,7 quilômetros de novos contornos, entre eles o de Guaíra, 12 quilômetros de novas rodovias e a construção de três passagens de fauna, cinco passarelas e diversas interseções e dispositivos de segurança. Também está prevista a instalação de ciclovias na BR-369.
Quem são os concorrentes:
A gestora Pátria já é conhecida no Estado por operar o Lote 1, sob a concessão da Via Araucária. A empresa administra trechos de rodovias que conectam Curitiba e a Região Metropolitana a cidades do interior.
Já o consórcio formado pela Way Brasil e a Kinea, embora ainda não tenha operação no Paraná, possui experiência em outros Estados. Em 2023, o grupo arrematou o trecho da BR-262 em Minas Gerais — a chamada Rota do Zebu — e deve assumir, em breve, a Rota Agro (BR-060/364, entre Goiás e Mato Grosso), após a desclassificação do primeiro colocado no leilão. No mesmo ano, chegou a disputar a Rota da Celulose, mas foi superado por outro consórcio.
Além disso, a Way Brasil mantém a Way-112, concessionária responsável pela administração das rodovias MS-112, BR-158 e BR-436, no Mato Grosso do Sul. A empresa assumiu o contrato em março de 2023, com prazo de 30 anos, cobrindo mais de 400 quilômetros de rodovias que cruzam seis municípios da região leste sul-mato-grossense, até a divisa com o Estado de São Paulo.
O Lote 5 é o último de uma série de seis leilões que compõem o novo programa de concessões de rodovias do Paraná. Juntos, os certames devem garantir mais de R$ 50 bilhões em investimentos privados para modernizar cerca de 3,3 mil quilômetros de estradas estaduais e federais, substituindo o antigo modelo de pedágio — encerrado em 2021, após denúncias de corrupção e cobranças elevadas.
