Tribunais de Contas desembolsam valor milionário para realização de Olímpiadas com servidores

Ao menos nove Tribunais de Contas do país desembolsaram juntos cerca de R$ 1,4 milhão para custear a participação de servidores e conselheiros

Por Da Redação

Tribunais de Contas desembolsam valor milionário para realização de Olímpiadas com servidores Créditos: Reprodução/Instagram

A realização das Olimpíadas dos Servidores dos Tribunais de Contas (OTC 2025), no fim de agosto, em Foz do Iguaçu (PR), movimentou mais do que apenas as quadras e mesas de jogos. Ao menos nove Tribunais de Contas do país desembolsaram juntos cerca de R$ 1,4 milhão para custear a participação de servidores e conselheiros no evento, que incluiu hospedagem em resorts, diárias, inscrições, uniformes e até serviços de fisioterapia e assessoria esportiva. As informações são do Portal Metrópoles.

Durante uma semana, 1.716 atletas de 40 delegações do Brasil, Argentina e Uruguai disputaram modalidades que iam de futebol, vôlei e basquete até sinuca, bocha, pesca, dominó, pebolim, dama e truco. Só do Brasil, foram 1.396 participantes ligados a 25 tribunais de contas. Em muitos casos, servidores foram dispensados de registrar ponto e não precisarão repor as horas de ausência.

O torneio foi organizado pela Associação Nacional Olímpica dos Servidores dos Tribunais de Contas do Brasil (Anostc) e teve como justificativa oficial promover integração, bem-estar e companheirismo entre os servidores.

As competições foram realizadas entre os dias 25 e 30 de agosto, ocupando manhãs, tardes e noites. O evento reuniu servidores em modalidades tradicionais, como atletismo, natação e vôlei, mas também em disputas de truco, pôquer, dominó, boliche, pebolim e até pesca.

Campeão dos gastos

O Tribunal de Contas do Estado do Amazonas (TCE-AM) liderou não apenas a classificação final das olimpíadas, mas também os desembolsos. O órgão pagou R$ 442 mil para inscrever 130 servidores no evento, o equivalente a R$ 3,4 mil por participante, valor que incluía sete diárias em resort de luxo. Além disso, destinou R$ 51,6 mil para uniformes, R$ 58,2 mil para fisioterapia esportiva e R$ 59,7 mil para treinadores, totalizando mais de R$ 625 mil em despesas.

Em nota o Tribunal de Contas do Amazonas afirmou que os gatos são um procedimento padrão e que demais custos são dos atletas.

 “Assim como ocorre em todos os Tribunais de Contas que participam das Olimpíadas, o TCE-AM arca com as inscrições dos servidores nos jogos — um procedimento padrão e consolidado nessas competições [...] Desde que passou a investir em práticas esportivas, o tribunal percebeu resultados expressivos: houve significativa melhora na saúde mental dos servidores, o que refletiu diretamente no aumento da produtividade e na qualidade dos serviços prestados à sociedade”.

“Além disso, a participação dos servidores-atletas só é autorizada após o cumprimento de todas as metas e produtividades estabelecidas em suas atividades regulares”, disse o tribunal, que finalizou: “O incentivo ao esporte é, portanto, uma política que alia qualidade de vida, disciplina e resultados positivos tanto para os servidores quanto para o serviço público que o Tribunal de Contas do Amazonas oferece à sociedade.”

Diárias e passagens

O Tribunal de Contas da União (TCU) não pagou inscrição ou hospedagem de seus 72 atletas, mas desembolsou R$ 9,4 mil em diárias e passagens para duas servidoras que participaram, em junho, do congresso técnico preparatório. O ministro Augusto Nardes também esteve em Foz do Iguaçu durante as competições, mas o tribunal não informou se houve custos com sua viagem.

Outras cortes bancaram a participação diretamente. O Tribunal de Contas dos Municípios do Pará (TCM-PA) gastou R$ 230,6 mil para inscrever 72 atletas e três conselheiros, com parte deles hospedada em resort sobre o Aquífero Guarani. O Tribunal de Contas de Rondônia (TCE-RO) pagou R$ 156 mil em inscrições, alegando que o investimento era voltado ao “bem-estar” dos servidores. Já o Tribunal de Contas do Tocantins (TCE-TO) desembolsou mais de R$ 300 mil entre inscrições e diárias de conselheiros.

Diferenças

Embora parte das cortes tenha arcado com despesas, outros órgãos informaram que os custos ficaram sob responsabilidade dos próprios servidores. Foi o caso dos tribunais de contas do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo, entre outros, que também liberaram servidores do ponto ou permitiram o uso de férias e banco de horas para viabilizar a participação.

Houve ainda tribunais que classificaram os gastos como capacitação ou saúde ocupacional. O Tribunal de Contas de Pernambuco (TCE-PE), por exemplo, pagou diárias a título de capacitação, enquanto o de Alagoas registrou “adicional de locomoção” para um servidor que participou de preparativos.

 

*Com informações de Metrópoles.

Acesse nosso canal no WhatsApp