Sesa confirma dois casos de intoxicação por metanol no Paraná; outros dois estão sob investigação
Secretaria da Saúde pede atenção à procedência das bebidas após primeiros casos de intoxicação por metanol no Paraná.

Eliane Alexandrino/Cascavel
Com Sesa
A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) e a Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba confirmaram neste domingo (5) os dois primeiros casos de intoxicação por metanol no Paraná, após ingestão de bebida alcoólica.
Os pacientes, dois homens, de 60 e 71 anos, residentes em Curitiba consumiram bebida destilada e permanecem internados em hospitais da capital. A confirmação ocorreu após análises laboratoriais de amostras de sangue, que identificaram a presença de metanol. Os exames estão sendo realizados pela Polícia Científica do Paraná, a partir de solicitação da Sesa, conforme protocolo estabelecido no Estado.
Cada caso é avaliado individualmente pelas equipes médicas, que definem o tratamento conforme a gravidade do quadro. O homem de 60 anos apresenta estado grave, porém estável, e recebeu o antídoto específico para intoxicação por metanol (etanol farmacêutico). O Ministério da Saúde enviou o medicamento no sábado (4), diretamente ao hospital onde o paciente está internado.
A Sesa também acompanha um caso suspeito em Foz do Iguaçu: uma mulher de 31 anos aguarda o resultado do exame laboratorial para confirmação do diagnóstico. Além disso, neste domingo (5), a secretaria notificou o Ministério da Saúde sobre um novo caso em investigação, um homem de 36 anos, morador de Curitiba, que procurou atendimento médico no sábado após ingerir bebida alcoólica destilada e apresentar sintomas compatíveis com intoxicação por metanol. E também um jovem de 19 anos em Cruzeiro do Oeste e um homem de 37 anos em Maringá. Amostras foram coletadas e encaminhadas para análise.
A Sesa reforça que qualquer suspeita de intoxicação deve ser comunicada imediatamente aos Centros de Informação e Assistência Toxicológica do Paraná (CIATox), responsáveis por orientar os serviços de saúde públicos e privados sobre o manejo adequado dos pacientes.
A população deve redobrar a atenção quanto à procedência das bebidas alcoólicas e nunca consumir produtos de origem desconhecida ou misturar substâncias impróprias para o consumo, como álcool combustível. Em caso de ingestão seguida de sintomas como visão turva, tontura, náuseas, vômitos, falta de ar ou perda de consciência, é essencial procurar atendimento médico de emergência. Em Curitiba, a orientação é buscar uma das oito Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) da cidade.
Polícia investiga possível caso de intoxicação por metanol no Paraná
A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) e a Secretaria da Segurança Pública (Sesp) intensificaram ações conjuntas de rastreamento e orientação após notificações de possíveis casos de intoxicação por metanol no Paraná. A Polícia Civil investiga, com apoio da Polícia Científica, a origem das bebidas suspeitas.
Em Curitiba, equipes da Vigilância Sanitária e da PCPR realizaram vistoria no local onde um homem de 60 anos teria comprado a bebida. Garrafas foram apreendidas e estão em análise. A principal hipótese é de que o próprio paciente tenha misturado álcool combustível ao produto ingerido, o que teria provocado a intoxicação. Até o momento, não há indícios de circulação de bebidas adulteradas no comércio.
A Sesa alerta que o metanol não pode ser identificado pelo cheiro ou sabor. Os sintomas surgem entre 6 e 24 horas após a ingestão e incluem dor de cabeça, náuseas, tontura, visão turva e confusão mental. Em casos mais graves, podem ocorrer dor abdominal intensa, dificuldade respiratória, convulsões e até cegueira.
A população deve adquirir bebidas apenas de locais confiáveis, verificar lacres e rótulos e desconfiar de preços muito abaixo do mercado. A orientação é procurar atendimento médico imediatamente diante de qualquer suspeita. Casos devem ser comunicados aos Centros de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox) do Paraná, pelos números:
-Curitiba: 0800 041 0148
- Londrina: (43) 3371-2244
- Maringá: (44) 3011-9127
- Cascavel: (45) 3321-5261
Uso do antídoto
Cada caso é avaliado individualmente, com base em critérios clínicos e laboratoriais, para determinar a quantidade de ampolas do antídoto necessária ao tratamento. O protocolo prevê uma dose inicial, chamada de dose de ataque, calculada conforme o peso corporal do paciente, e uma dose de manutenção, que pode variar de algumas horas até 24 horas.
Em situações mais graves, por exemplo, um paciente de 100 quilos que necessite manutenção por 24 horas pode demandar cerca de 100 ampolas em um único tratamento. Por esse motivo, não é possível definir previamente a quantidade exata de antídoto utilizada em cada caso, já que o cálculo depende de parâmetros clínicos, laboratoriais e da resposta do paciente à medicação.
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