Senado cria CPI do Crime Organizado após operação no Rio; bancada do PT não apoia
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), anunciou nesta quarta-feira (29) a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Crime Organizado, que começará
Créditos: Camara dos Deputados/Divulgação
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), anunciou nesta quarta-feira (29) a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Crime Organizado, que começará os trabalhos na próxima terça-feira (4 de novembro). A decisão ocorre após a megaoperação policial nos complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro, que deixou mais de 130 mortos e reacendeu o debate sobre o avanço das facções criminosas no país.
Segundo Alcolumbre, a CPI terá como objetivo “apurar a estruturação, a expansão e o funcionamento do crime organizado, com foco na atuação de milícias e facções criminosas”, incluindo o Comando Vermelho (CV) e o Primeiro Comando da Capital (PCC).
“É hora de enfrentar esses grupos com a união de todas as instituições do Estado brasileiro, assegurando a proteção da população diante da violência que ameaça o país”, afirmou o presidente do Senado em nota oficial.
CPI contará com 11 titulares e 7 suplentes
O requerimento de criação da CPI, protocolado em 5 de fevereiro de 2025 pelo senador Alessandro Vieira (MDB-SE), recebeu 31 assinaturas, número superior ao mínimo exigido, mas nenhuma da bancada do PT, formada por nove senadores.
A comissão será composta por 11 membros titulares e 7 suplentes, com prazo inicial de 180 dias para concluir as investigações. Após a formalização do ato de criação, os blocos partidários deverão indicar os nomes que farão parte do colegiado.
Entre os parlamentares que assinaram o pedido estão Sérgio Moro (União Brasil), Flávio Bolsonaro (PL), Damares Alves (Republicanos), Tereza Cristina (PP), Magno Malta (PL), Eduardo Braga (MDB) e Hamilton Mourão (Republicanos), entre outros.
Bancada do PT não assinou o pedido
A bancada do Partido dos Trabalhadores (PT), composta por nove senadores, Rogério Carvalho, Beto Faro, Fabiano Contarato, Paulo Paim, Augusta Brito, Humberto Costa, Jaques Wagner, Randolfe Rodrigues e Teresa Leitão, não assinou o requerimento de criação da CPI.
O gesto foi interpretado nos bastidores como uma posição de cautela política diante da repercussão da megaoperação no Rio de Janeiro e do potencial impacto da CPI sobre o debate da segurança pública no governo federal.
