Quebra de promessa? Obras do Ecoparque Bairros Integrados estão atrasadas
Ecoparque Empresa diz que a previsão para iniciar as obras será em julho
Por Gazeta do Paraná

A Gazeta do Paraná publica nas últimas semanas uma série de reportagens sobre a venda de loteamentos com irregularidades, em Cascavel. O Ministério Público confirmou que mais de 150 imóveis irregulares ou com indícios estão sendo mapeados juntamente com o IPC (Instituto de Planejamento de Cascavel), a maioria deles está localizada na região rural da cidade.
A mais recente informação trata-se de uma investigação sigilosa do MPPR em relação ao Ecoparque Bairros Integrados, localizado na região Oeste de Cascavel, saída para Foz do Iguaçu, próximo a região do aeroporto.
O empresário Francisco Simeão prometeu entregar em novembro passado, mil unidades dos apartamentos, mas até agora as obras não saíram do papel. Ao todo serão 40 prédios de 15 andares, ou seja, 4,6 mil apartamentos de até 3 quartos com uma distância média de 50 metros entre eles. O térreo tem uma extensão de 945 mil metros quadrados, e serão construídos mais de 10 quilômetros de pavimentação asfáltica no local, além de redes de esgoto, água, galerias pluviais, iluminação pública, escolas, centro comercial, posto policial, posto de saúde e Cmeis (Centro Municipal de Educação Infantil). A capacidade de moradores é de 16 mil habitantes. Francisco Simeão disse que pretende entregar até dezembro de 2027 as 4,6 mil unidades além de Cmeis e Escolas.
A gerente do Ecoparque Bairro Integrados, Silvana Fagundes Marangoni, confirma o atraso das obras, e anunciou uma nova data para o início do segundo semestre deste ano. “Começaram as obras de infraestrutura neste momento, mas as obras dos prédios ainda não. Estamos aguardando o registro do loteamento, que está no cartório”, comenta.
Já sobre a denúncia que o MP está investigando, a gerente do empreendimento diz não ter conhecimento. “Não estou sabendo desta investigação do MP. Mas nós não temos nada a esconder, está tudo regular”, afirma a gerente do empreendimento. A investigação corre em segredo de justiça. A primeira fase da documentação (pavimentação das ruas) foi aprovada pelo IPC, assim como a licença ambiental de instalação para executar a obra.
Mas o IAT (Instituto Água e Terra) confirmou que o pedido de licenciamento do empreendimento para a construção dos prédios segue em análise pelo instituto, ou seja, não foi aprovado ainda. A Gazeta do Paraná vai continuar acompanhando as investigações do Ministério Público.
Sem respostas
A Gazeta do Paraná tentou questionar o empresário Francisco Simeão sobre o atraso do empreendimento e da promessa da entrega de parte dos prédios ainda no ano passado. A Gazeta também tentou questionar sobre o destino de quase 200 mil pneus remoldados/importados de fora do Brasil, quando foi instalada a empresa (BS Colway) em Piraquara, em 1999, mas não teve retorno até o fechamento desta edição.
O que foi feito com os pneus importados? Qual foi a destinação? Quem fiscalizou o destino? Até hoje não foi divulgado como foi feito o descarte do material e para onde foi levado. Várias denúncias foram feitas na época junto ao Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente) já que para importar pneus é obrigatório destinar de forma ambientalmente adequada pneus inservíveis. O Jusbrasil apresenta 134 processos em nome de Francisco Simeão, em dez estados do Brasil. A maioria dos processos está no TJPR e TJSP.
Nosso jornalismo é imparcial, ouvimos todos os lados de uma denúncia, para que nossos leitores formem sua própria opinião. A Gazeta firma o compromisso de entregar reportagens apuradas, com credibilidade com a notícia e com você, caro leitor.