Pupin acusa grupo Fource de “atuar como parasita” e desviar milhões durante recuperação judicial
Empresário afirma que consultoria assumiu o controle do Grupo Pupin, desviou recursos e violou a Lei de Recuperação e Falências; Fource nega as acusações e fala em tentativa de “calote”

O empresário José Pupin ingressou com uma ação na Justiça de Mato Grosso acusando o grupo Midas/Fource de se infiltrar na estrutura do Grupo Pupin e passar a agir de forma “parasita”, controlando o patrimônio da companhia e desviando recursos milionários sob o pretexto de promover sua recuperação judicial.
A petição, protocolada na 1ª Vara de Campo Verde, sustenta que contratos e procurações teriam transferido o comando das fazendas e ativos do grupo à Fource sem autorização judicial, em violação à Lei de Recuperação e Falências. O processo de recuperação do Grupo Pupin foi iniciado em 2017, com dívidas estimadas em R$ 1,3 bilhão.
De acordo com a ação, o grupo Midas/Fource, por meio de empresas e fundos interligados, teria se apropriado de receitas provenientes do arrendamento de propriedades rurais. Um dos exemplos citados é a Fazenda Marabá, de onde teriam sido desviados R$ 10 milhões da safra 2021/2022, recursos transferidos para um fundo de Direitos Creditórios operado pela própria Fource.
O documento também aponta que, em 2024 e 2025, a empresa Midas Agro cedeu direitos de crédito de três safras futuras (2024/2025, 2025/2026 e 2026/2027) da mesma fazenda à GO Agro Armazéns Gerais Ltda., por valores de R$ 7,4 milhões e R$ 13,4 milhões.
Os advogados de Pupin afirmam que o grupo de consultoria agiu de forma “obscura e predatória”, aproveitando-se da fragilidade financeira do Grupo Pupin para se apropriar de suas receitas e propriedades. O texto ainda menciona um “complexo grupo econômico paralelo” formado por fundos e empresas com os mesmos diretores e procuradores — entre eles Valdoir Slapak, Haroldo Augusto Filho e Silvana Ferreira Barbosa.
Entre as companhias citadas estão a Bom Jesus Agropecuária Ltda., do empresário Nelson Vigolo, detentora de mais de R$ 540 milhões em créditos do Grupo Pupin, e a Global Trade Investimentos e Participações.
A defesa de Pupin pede a suspensão imediata dos contratos e procurações concedidos à Fource, além da prestação de contas detalhada de todas as operações financeiras realizadas pela empresa em nome do grupo. O caso será analisado pelo juiz responsável pela recuperação judicial em Campo Verde.
Em nota, o Grupo Fource repudiou as acusações, afirmando que elas têm o objetivo de “criar embaraço jurídico e, consequentemente, um calote em todos os credores da recuperação judicial que se arrasta há 10 anos”.
Com informações do Mídia News
