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Paranhos encerra governo com grande aprovação e faz balanço à Gazeta do Paraná

No final de janeiro o então prefeito de Cascavel deve discutir com o Ratinho Junior, qual cargo assumirá no governo do Paraná

Por Gazeta do Paraná

Paranhos encerra governo com grande aprovação e faz balanço à Gazeta do Paraná Créditos: Secom

Hoje, 31 de dezembro de 2024, marca o último dia da gestão de Leonaldo Paranhos como prefeito do município de Cascavel. Foram 2.921 dias, que totalizaram oito anos de mandato, marcado por muitas realizações, mas também alguns percalços à frente do poder público cascavelense. A Gazeta do Paraná conversou com Paranhos, que fez um balanço de tudo o que viveu nesse período como prefeito e também comentou as ideias para o futuro. Deixando a prefeitura para seu vice-prefeito e sucessor, Renato Silva, ele afirma que deixa o executivo de Cascavel melhor do que quando assumiu.

Conforme Paranhos, o maior orgulho dele enquanto prefeito de Cascavel foi o amadurecimento da cidade, enquanto comunidade. Durante o mandato de Paranhos, o município chegou a ser a segunda melhor cidade do Brasil conforme premiações distribuídas durante o mandato. O prefeito afirma que essas realizações são frutos de um amadurecimento da comunidade que permitiu a realização de obras e projetos que impulsionassem Cascavel para o mundo.

“O que eu estou mais feliz, é o grau de maturidade que a nossa cidade atingiu. Quando eu falo cidade eu estou falando do setor produtivo e também da própria população. Houve um amadurecimento das entidades junto com o poder público, isso que possibilitou a realização das 25 escolas, unidades de saúde, do aeroporto e essas obras todas”, destacou.

E a maior frustração? Segundo Paranhos, foi não ter conseguido realizar o sonho de um novo Centro de Convenções e Eventos para Cascavel. Vale destacar que Paranhos tentou durante alguns meses negociar o prédio às margens da BR-277, que pertencia ao antigo Atacado Liderança, mas após negativa da Câmara de Vereadores com relação a compra, viu o prédio ser adquirido pela Ilumisol, que atualmente opera uma grande linha de produção de placas solares e artigos para energia solar no local.

“Não estava no meu plano de governo, mas era um sonho, um desejo e uma necessidade para a cidade, que é o Centro de Eventos novo. O Centro de Eventos para Cascavel, ele tem que ser feito. Nós temos um aqui, mas ele é muito antigo, apesar de até hoje ele ter atendido as nossas demandas. Cascavel é uma cidade de turismo de negócio, então o Centro de Eventos, que eu tentei comprar o antigo Atacado Liderança e não deu certo, foi uma frustração minha, de algo que eu não consegui realizar”, explicou.

Em meio a tantos avanços durante a gestão de Paranhos, um dos principais foi a educação. Com 25 novas escolas e uma nova estrutura educacional, o município alcançou metas estabelecidas e cresceu. Esse investimento feito na educação é considerado por Paranhos, o seu “xodó”.

“Todas as obras são importantes. Elas têm as suas características, seja uma estrada rural, seja uma um ginásio, mas a educação ela tem um alcance maior. A educação, quando você investe, você transforma. Inclusive a família das crianças. Nós tivemos a menor taxa de evasão escolar, em que crianças deixaram de sair das escolas e tivemos a melhor nota do IDEB dos últimos 18 anos. Talvez o meu maior prazer, foi a transformação que fizemos na educação”, disse o prefeito.

Se a educação foi o xodó, a saúde talvez tenha sido o calcanhar de Aquiles da gestão. Foram vários os questionamentos durante os anos de mandato com relação ao fornecimento de serviços de saúde no município. Os problemas iam desde as unidades de saúde, passando pelas UPAs e chegou em hospitais. A gestão realizada pelo secretário de saúde, Miroslau Bailak, foi questionada em diversos momentos. Aliado a isso, uma epidemia de dengue e uma pandemia, colaboraram para que esses problemas se intensificassem. Apesar disso, a gestão soube contornar bem os problemas e conseguiu reduzir as reclamações, que ainda persistem, mas em menor escala.

Por falar em pandemia, para Paranhos esse foi o grande desafio da gestão, principalmente pelo fato de atingir vários setores do município.

“Ela atinge todos os sentidos economicamente, mentalmente e sanitariamente. A nossa liberdade ela foi tirada, então a pandemia foi de fato o pior momento que eu passei na prefeitura”, explicou Paranhos.

E como o seu sucessor, Renato Silva pega a prefeitura. Segundo Paranhos, de uma forma muito melhor do que a que ele assumiu em 2017.

“Totalmente diferente da prefeitura que eu assumi, e é importante destacar que o Renato também está deixando esse legado porque ele era meu vice. Então nós juntos construímos isso, uma prefeitura sanada financeiramente com as folhas de pagamento todas em dia, com dinheiro em caixa e com projetos pelo menos para os próximos 10 meses, com obras que ainda estão sendo construídas. É claro, o Renato vai chegar e vai colocar a personalidade, dele as características do Renato, mas a cidade vai andando em velocidade”, frisou.

E quanto ao futuro? Paranhos afirmou que deseja tirar uns dias de férias para se desligar um pouco da rotina corrida de prefeito, e que no final de janeiro deve discutir com o Ratinho Junior, qual cargo assumirá no governo do Paraná.

“Vou tirar uns dias de férias, porque eu preciso me desligar um pouco desses oito anos dando continuidade de uma rotina que eu criei. Se eu ficar aqui nos próximos dias, no dia 2, eu devo pirar porque eu saio de casa todo dia focado nesse negócio. Eu preciso lembrar que eu não sou mais o prefeito. Dá uma dá uma escapada para poder me organizar novamente. O Ratinho vai falar comigo no final de janeiro, para eu ir para o governo do estado e fazer parte da equipe de governo. Aí claro, vamos discutir os detalhes, para onde vou e onde posso contribuir ou não”, frisou.

Já a longo prazo, o prefeito destacou que tenho aspiração e sonho em concorrer a cargos majoritários, mas que isso depende da articulação política de seu grupo, que é encabeçado pelo governador do Paraná.

“Tenho vontade, tenho desejo, mas também tenho consciência de que não é um desafio fácil. Eu estou falando em Governo do Estado, nós estamos no interior isso complica um pouco mais. Mas há a possibilidade de fazermos uma interação com Curitiba, mostrando a nossa força. Então eu vou de forma respeitosa trabalhar essa possibilidade. Importante descartar que eu estou no grupo do Ratinho, e quem define candidato é ele, como eu fiz aqui em Cascavel. Ele é o governador, ele que vai decidir quem será o candidato que ele vai apoiar. Evidente que eu sonho com isso, mas ele tem outros nomes e assim que ele definir todos nós estaremos nessa Caravana”, finalizou.

 

Plano de Governo seguido em grande parte

A Gazeta do Paraná desenterrou o plano de propostas de governo de Paranhos de 2020, para entender o que foi feito e o que ficou para trás na gestão dos últimos quatro anos do prefeito de Cascavel. Grande parte do que foi prometido, foi cumprido.

Pensando em saúde, a maioria das metas estabelecidas no plano de governo foram alcançadas. A cobertura de atenção básica em saúde, por exemplo, chegou a 100% como prometido pelo prefeito em seu plano. Houve a ampliação do número de equipes de Saúde da Família, bem como a ampliação do número de equipes de saúde bucal.

Além disso, houve expansão nas unidades de saúdes do município, bem como a manutenção de vários programas. Do outro lado, programas que foram prometidos pelo governo e também a construção de três centro materno infantil, não foram concretizadas. Nesse período, houve a construção apenas de uma unidade, no bairro Floresta.

Na educação, quase tudo foi realizado. Fica o apontamento referente a Valorização do Servidor, que mesmo prometida pela gestão e que é tratada como realizada, não é muito bem-vista pelo sindicato e por parte dos servidores, que pedem pela reposição da data-base que está defasada.

Na segurança, poucas promessas, mas todas cumpridas pelo governo. Apesar disso, os índices de furtos, roubos e homicídios seguem altos, algo que deve ser pensado na gestão de Renato Silva. 

As políticas de sustentabilidade e meio ambiente também foram seguidas a risca pelo governo, que deixa pouca coisa para trás nesse sentido. 

Na mobilidade urbana, apesar dos projetos de campanha serem muito voltados a documentações e implantações de planos de mobilidade, um assunto fica em haver pela gestão: a concessão do transporte coletivo que ainda não saiu papel. Muito por conta dos problemas com o edital, que segue paralisado devido ao Tribunal de Contas.

Nas demais áreas, programas foram implementados, alguns de forma mais abrangente, outros ainda tímidos, e que devem ter maior desenvolvimento nos próximos anos. Fazendo um balanço geral, a gestão de Paranhos pode ser avaliada como muito boa. Cascavel se desenvolveu de forma exponencial nos últimos oito anos. A expectativa é de que o próximo governo mantenha esse crescimento.

Créditos: Bruno Rodrigo