Bruna Bandeira da Luz - Gazetado Paraná/Cascavel

O Ministério Público do Paraná instaurou, no dia 21 de março, o Procedimento Administrativo nº MPPR-0030.25.000759-5 para apurar um possível aumento abusivo no consumo de energia elétrica e, consequentemente, nos valores cobrados nas faturas da Companhia Paranaense de Energia (Copel). A investigação busca verificar se houve prática de ato ilícito contra as relações de consumo, tendo como representante o Procon de Cascavel e como representada a Copel.

A medida surge após um número crescente de reclamações de consumidores da região Oeste do estado, especialmente em Cascavel, que relataram aumentos expressivos nas contas de luz nos últimos meses. De acordo com o sistema do MPPR, os primeiros desdobramentos do processo incluem a expedição de documentos e ofícios entre os dias 21 e 26 de março, indicando o andamento da apuração.

Defesa da Copel

Procurada anteriormente pela imprensa, a Copel já havia se manifestado sobre os aumentos. Em entrevista à CGN, no dia 12 de março, o gerente do Departamento de Operação de Campo da Região Oeste da empresa, Carlos Galina, atribuiu a elevação nas faturas ao aumento no consumo registrado em fevereiro, causado por uma forte onda de calor. Segundo ele, o consumo de energia nesse período aumentou até 20% em comparação aos meses mais amenos.

Galina destacou que o uso intensificado de ar-condicionado, ventiladores e equipamentos de refrigeração durante o verão foi o principal fator do aumento. A Copel também recomendou que os consumidores revisem o histórico de consumo disponível nas próprias faturas e verifiquem suas instalações elétricas internas para descartar problemas como fuga de energia.

Medidores em xeque

Outra questão que gerou controvérsia foi a substituição dos medidores convencionais por medidores inteligentes. Segundo a Copel, a troca, que começou em junho de 2024 e já abrange mais de 140 mil unidades em Cascavel, não tem relação direta com o aumento de consumo. Ainda assim, os medidores têm sido alvo de críticas e desconfiança por parte da população e de parlamentares.

Câmara cobra explicações

A pressão popular levou a Comissão de Defesa do Consumidor (CDC) da Câmara Municipal de Cascavel a agir. No início de março, o presidente da comissão, vereador Everton Guimarães (PMB), encaminhou ofícios à Copel e ao Procon solicitando esclarecimentos e perícias nos novos medidores. A CDC também anunciou um estudo comparativo dos dados de consumo entre 2023, 2024 e 2025, para verificar se há discrepâncias injustificadas.