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Megaoperação no Rio deixa mais de 60 mortos e se torna a mais letal da história da cidade

Ação conjunta entre polícias Civil e Militar e o Ministério Público visou desarticular o Comando Vermelho; quatro agentes morreram e 81 pessoas foram presas

Megaoperação no Rio deixa mais de 60 mortos e se torna a mais letal da história da cidade Créditos: Reuters/Jose Lucena

Uma operação de grandes proporções realizada nesta terça-feira (28) nos complexos do Alemão e da Penha, na zona norte do Rio de Janeiro, resultou em 64 mortes e 81 prisões, segundo balanço da Polícia Civil. A ação, que mobilizou cerca de 2,5 mil agentes das polícias Civil e Militar e do Ministério Público do Estado (MPRJ), é considerada a mais letal já registrada na capital fluminense.

O objetivo da operação era desmantelar a estrutura do Comando Vermelho (CV), principal facção criminosa do Rio, que vinha expandindo o controle de áreas estratégicas para o tráfico de drogas e armas.

Durante os confrontos, criminosos ergueram barricadas, lançaram explosivos por drones e trocaram tiros com as forças de segurança, provocando pânico entre os moradores. O tiroteio se estendeu por várias comunidades dos dois complexos.

Histórico de operações letais no Rio

De acordo com levantamento do Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos (GENI/UFF), a ação superou todos os registros anteriores de letalidade policial no estado.
Veja o ranking das operações mais violentas:

  1. Complexos do Alemão e da Penha (2025) – 64 mortos

  2. Jacarezinho (2021) – 28 mortos

  3. Vila Cruzeiro (2022) – 24 mortos

  4. Complexo do Alemão (2007) – 19 mortos

  5. Senador Camará (2003) – 15 mortos

  6. Fallet/Fogueteiro (2019) – 15 mortos

Objetivos e estrutura da operação

A ação tinha como foco o cumprimento de 51 mandados de prisão contra integrantes do tráfico que atuam no Complexo da Penha. Ao todo, 67 pessoas foram denunciadas por associação para o tráfico e três por tortura.

Entre as lideranças apontadas estão Edgar Alves de Andrade (Doca), Thiago do Nascimento Mendes (Belão do Quitungo), Pedro Paulo Guedes (Pedro Bala), Carlos Costa Neves (Gadernal) e Washington César Braga da Silva (Grandão).

Segundo o MPRJ, o local é considerado estratégico por sua proximidade com vias expressas, o que facilita o transporte de drogas e armamentos.

Mortes de agentes e prisões de lideranças

Entre as vítimas estão os policiais civis Marcos Vinicius Cardoso Carvalho, de 51 anos, conhecido como Máskara, e Rodrigo Velloso Cabral, de 34 anos. Ambos participavam da operação e foram mortos em confronto.

O governador Cláudio Castro (PL) prestou solidariedade às famílias e afirmou que a ação foi planejada para priorizar áreas de mata e reduzir riscos à população civil.

Durante coletiva de imprensa, o secretário da Polícia Civil, Felipe Curi, confirmou a prisão de Thiago Mendes, o Belão, considerado braço direito de Doca e um dos principais chefes do tráfico no Morro do Quitungo. Ele é investigado por tráfico de drogas, comércio ilegal de armas e participação em confrontos com grupos rivais.

Impactos nas comunidades

A operação provocou reflexos em toda a região. Moradores relataram bloqueios de ruas, suspensão de aulas, paralisação do transporte público e interrupção de serviços essenciais durante a manhã. Explosões e incêndios pontuais foram registrados.

O cenário foi descrito por autoridades e moradores como “clima de guerra”, relembrando operações anteriores que marcaram a história da cidade pela violência e pelo alto número de vítimas.

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