pref santa tereza Setembro 2025

Maioria dos brasileiros acredita que “Lulismo” seguirá existindo mesmo sem Lula

Pesquisa nacional revela que até eleitores de Jair Bolsonaro (PL) reconhecem a força duradoura do movimento político e social ligado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)

Maioria dos brasileiros acredita que “Lulismo” seguirá existindo mesmo sem Lula Créditos: Ricardo Stuckert / PR

A maior parte dos brasileiros acredita que o “Lulismo”, conjunto de ideias e práticas políticas associadas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), deve continuar mesmo após o fim da trajetória política do petista.

De acordo com levantamento do Instituto Ibespe, divulgado neste mês, 57,9% dos eleitores afirmaram que o movimento seguirá existindo sem Lula, enquanto 27,5% discordaram e 14,6% não souberam ou não responderam.

O dado chama atenção porque a percepção de continuidade não se limita aos simpatizantes do PT. Entre eleitores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), 55% também acreditam que o “Lulismo” persistirá após a saída de cena do atual presidente. Outros 30,3% discordam dessa avaliação, e 14,5% não opinaram.

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Já entre os apoiadores do próprio Lula, 63% consideram que o movimento continuará existindo, enquanto 24,6% acreditam que ele deixará de ter relevância sem a presença do líder petista.

O levantamento foi realizado entre 1º e 4 de outubro, com 1.012 entrevistas por telefone. Segundo o instituto, a amostra leva em conta fatores como faixa etária, escolaridade e gênero, buscando representar o eleitorado brasileiro. A margem de erro é de 3,1 pontos percentuais, para mais ou para menos, com nível de confiança de 95%.

Nordeste é o reduto mais otimista

Os índices mais altos de confiança na continuidade do lulismo aparecem nas regiões Nordeste (66,9%) e Sudeste (58,4%), seguidas por Norte (58,6%), Centro-Oeste (55,5%) e Sul (48,3%). O resultado reflete a força histórica de Lula em seu principal reduto eleitoral e indica que o fenômeno pode resistir mesmo após o fim de sua atuação política.

O otimismo também é maior entre pessoas com ensino superior (62,4%), e ligeiramente menor entre aquelas com ensino fundamental (49,6%). No recorte etário, destacam-se os jovens de 25 a 34 anos (60,8%) e os eleitores acima de 60 (62,4%).

Entre as religiões, os católicos são maioria entre os que acreditam na permanência do movimento (60,6%), enquanto entre os evangélicos o percentual cai para 46,4%. Já entre os brasileiros que se declaram sem religião, o índice sobe para 68,9%.

A pesquisa também observou variações conforme o tipo de mídia consumida. Pessoas que se informam principalmente por rádio (67,1%) e jornais impressos (60,8%) tendem a acreditar mais na continuidade do lulismo. Já entre os que se informam por amigos e familiares, o percentual cai para 37,6%.

Movimento que vai além do PT

Com 79 anos, Lula deve disputar no ano que vem aquela que deve ser sua última eleição presidencial. Ele tem dito publicamente que pretende concorrer novamente pelo PT, o que, se confirmado, levaria o presidente a concluir um eventual quarto mandato aos 85 anos.

O termo “Lulismo” foi cunhado pelo cientista político André Singer, que trabalhou nos primeiros governos petistas e definiu o fenômeno como uma aliança entre as camadas populares e setores do empresariado. Essa relação, segundo ele, foi mediada por políticas de inclusão social e estabilidade econômica, com o objetivo de promover conciliação entre classes e redução das desigualdades.

Para Singer, o lulismo não depende apenas da figura de Lula, mas de uma experiência coletiva vivida durante seus primeiros governos (2003 a 2010), quando milhões de brasileiros tiveram acesso a emprego, crédito e consumo.

O movimento, segundo analistas, consolidou uma identidade política entre as classes populares que pode se manter viva mesmo após o fim da trajetória do ex-metalúrgico.

Com informações: Portal Metrópoles

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