Líder da Oposição denuncia privatizações, e faz críticas ao Governo Ratinho Jr.
Presidente do PT-PR, deputado Arilson Chiorato faz balanço de 2025, defende Celepar e Copel, cobra data-base dos servidores e critica controle do orçamento pelo Executivo
Créditos: Assessoria
O líder da Oposição na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) e presidente estadual do PT, deputado Arilson Chiorato, apresentou um balanço das atividades políticas e legislativas de 2025 e fez duras críticas ao modelo de gestão adotado pelo Governo Ratinho Jr. (PSD) ao longo dos últimos sete anos. Segundo o parlamentar, a atuação da Bancada de Oposição esteve focada no enfrentamento às privatizações de estatais, na defesa do serviço público e no combate à centralização de poder no Executivo.
De acordo com Arilson, o governo estadual aprofundou um projeto que reduz o papel do Estado, transfere responsabilidades estratégicas à iniciativa privada e enfraquece instrumentos públicos essenciais. “Denunciamos esse caminho e seguimos defendendo o interesse público e o patrimônio dos paranaenses”, afirmou.
Entre os principais embates de 2025, o deputado destacou a defesa das estatais paranaenses, com ênfase na Companhia de Tecnologia da Informação e Comunicação do Paraná (Celepar). Segundo ele, o Governo Ratinho Jr. promove um processo contínuo de enfraquecimento da empresa, por meio de vendas, terceirizações e retirada de atribuições estratégicas, o que coloca em risco a soberania tecnológica do Estado.
Responsável pelo armazenamento, processamento e proteção de dados sensíveis de milhões de paranaenses incluindo informações das áreas de saúde, educação, segurança pública e serviços essenciais, a Celepar, conforme Arilson, não pode ter suas funções transferidas ao setor privado sem riscos graves à população. “Estamos falando de dados da população. Quando o governo enfraquece a Celepar, expõe informações pessoais e abre espaço para interesses privados sobre dados que deveriam estar sob controle público”, denunciou.
O parlamentar afirmou ainda que dados públicos são ativos estratégicos e não podem ser tratados como mercadoria. Para ele, a perda de controle estatal compromete a privacidade dos cidadãos, fragiliza políticas públicas e gera dependência tecnológica. “Sem a Celepar forte, o Estado perde autonomia e expõe a população a riscos desnecessários. Isso é grave”, completou.
Servidores desvalorizados e data-base ignorada
Outro eixo central da atuação da Oposição foi a defesa do funcionalismo público estadual. Arilson criticou a postura do Governo Ratinho Jr. em relação à data-base, que segue sem reposição adequada, acumulando perdas salariais e aprofundando a desvalorização dos servidores.
Mesmo com o aumento da arrecadação estadual, o Executivo, segundo o deputado, mantém uma política de contenção salarial e evita o diálogo com as categorias. “Servidor não é gasto. Servidor é quem mantém o Estado funcionando”, afirmou, ao destacar que a desvalorização impacta diretamente a qualidade dos serviços públicos.
Saúde pública sob pressão
Arilson também chamou atenção para a situação dos profissionais da saúde, que enfrentam sobrecarga de trabalho e ausência de uma política permanente de valorização. Segundo ele, o governo cobra resultados, mas não oferece condições adequadas nem reconhecimento aos trabalhadores que sustentam o Sistema Único de Saúde (SUS).
“Não existe saúde pública forte sem trabalhador valorizado e condições dignas de trabalho”, afirmou.
Copel privatizada e falhas no fornecimento de energia
O deputado voltou a criticar a privatização da Companhia Paranaense de Energia (Copel), concluída em 2023. De acordo com Arilson, após a venda da empresa, houve piora no serviço de distribuição de energia no Paraná, com aumento de apagões, demora no restabelecimento do fornecimento e queda na qualidade do atendimento.
Para o Líder da Oposição, a perda do controle público reduziu a capacidade de resposta do Estado e fez com que a lógica do lucro se sobrepusesse ao interesse coletivo. “Energia elétrica é um serviço essencial e não pode ser tratada apenas como negócio”, afirmou. Diante desse cenário, ele destacou a atuação da Oposição na campanha pela recompra da Copel.
Arilson lembrou que a venda da Copel faz parte de um processo mais amplo conduzido pelo governo estadual, que incluiu a alienação da Compagas e da Copel Telecom, além da tentativa de aplicar a lógica de mercantilização em áreas sensíveis, como a educação.
“Não foi só a Copel. O governo vendeu estatais estratégicas e agora tenta aplicar essa lógica em setores fundamentais. Quem perde com isso é a população”, criticou.
Orçamento concentrado e esvaziamento da Assembleia
O deputado também denunciou o modelo orçamentário do Executivo estadual, que, segundo ele, promove remanejamentos excessivos e concentra decisões no governo, reduzindo o papel deliberativo da Assembleia Legislativa. Conforme Arilson, mais da metade do orçamento aprovado sofreu alterações ao longo do ano.
“É um modelo autoritário, que esvazia o papel do Parlamento e limita o debate sobre o uso do dinheiro público”, afirmou.
Apesar das divergências políticas, Arilson reconheceu avanços institucionais da Assembleia em 2025, como a conquista do selo Diamante de Transparência. “Transparência fortalece o controle social e amplia a pressão por mudanças”, avaliou.
Disputa de projetos para o Paraná
Ao comentar o cenário eleitoral, o deputado afirmou que o PT trabalha na construção de uma frente progressista para as eleições no Paraná, em diálogo com PDT, PV, PSB, PSOL e Rede. Segundo ele, o objetivo é derrotar o projeto político do Governo Ratinho Jr. e impedir a continuidade de um modelo baseado em privatizações e redução do papel do Estado.
Arilson também questionou a possibilidade de o senador Sérgio Moro (União Brasil) disputar o comando do Executivo estadual e destacou que o nome do deputado Requião Filho (PDT) é visto com bons olhos nesse campo político. “O desafio é construir uma alternativa que recoloque o interesse público, os serviços essenciais e a população no centro das decisões do Paraná”, concluiu.
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