HU ganha Centro de Cirurgia Programada e dará mais agilidade as filas de espera
A direção afirma que com a nova aquisição, desde o mês passado pacientes ortopédicos não esperam mais nas UPAs por liberação de cirurgia
Por Gazeta do Paraná

Uma boa notícia para a saúde de Cascavel! Nesta sexta-feira (14), representantes do Huop (Hospital Universitário do Oeste do Paraná), da 10ª Regional, da Secretaria Municipal de Saúde e da reitoria da Unioeste (Universidade Estadual do Oeste do Paraná) anunciaram, através de uma coletiva de imprensa, a criação do CCP (Centro de Cirurgia Programada). O objetivo da sala é dar mais agilidade e diminuir o tempo de espera dos pacientes que precisam de cirurgia ortopédica e aguardam nas UPAs. Agora, todo atendimento feito na UPA é direcionado diretamente ao Hospital Universitário.
A nova sala de cirurgia do CCP está em funcionamento desde setembro de 2024 e, durante este período, foram realizadas 2.200 cirurgias, uma média de 400 cirurgias por mês. Com a quarta sala de procedimentos, a expectativa é que a média de cirurgias realizadas diariamente salte de 12 para 19.
Com a nova aquisição, a direção do HU espera a redução das filas das cirurgias eletivas também. O CCP é gerenciado por uma empresa terceirizada (Centro Integrado de Saúde) que venceu o certame no valor de R$ 33,6 milhões, conforme o número de pacientes atendidos.
O diretor do HU, Rafael Muniz, disse que, apesar dos avanços, é preciso a compreensão da população de que não há como zerar a fila na unidade hospitalar, já que a demanda é diária. Mas acredita que, se a sala funcionar sem interrupções, em 15 dias haverá resultados positivos em relação ao fluxo nos corredores do hospital.
“Quando o Centro de Cirurgia Programada começou, estávamos com 4.500 pacientes aguardando na fila. Hoje, estamos com 3.770 no Hospital Universitário. Nós nunca vamos conseguir zerar a fila de cirurgias eletivas, pois a demanda é diária. O que esperamos é reduzir o tempo de espera dos pacientes na fila de cirurgias. É injusto o paciente esperar de dois a três anos para uma cirurgia no joelho. Hoje, o paciente tem aguardado apenas seis meses para fazer. O paciente não permanece mais no hospital; ele vem até aqui, é atendido e volta para casa, retornando na data agendada para fazer o procedimento, que pode ocorrer entre 4 a 5 dias”, explica.
Menos espera nas UPAs
O CCP tem objetivo de dar mais fluidez nas UPAs, o Secretário de Saúde Municipal, Ali Hassan Haidaar, reafirmou que o trabalho em conjunto vai evitar as longas filas de espera dentro das Unidades de Pronto Atendimento.
“Nós tínhamos conhecimento deste problema com os pacientes ortopédicos. Por conta dos traumas, muitos registros diários de acidentes no trânsito, nós pensamos nesta restruturação. Chegamos a ter pacientes que ficavam de 5 a 10 dias nas UPAs aguardando um rodízio de leitos para que pudesse acessar. Conseguimos baixar a média de espera desses pacientes para uma hora na UPA para que chega ao ambulatório mais rápido”, ressalta.
O chefe da 10º Regional de Saúde, Rubens Griep, explica que está animado e confiante em reduzir o tempo de permanência dos pacientes ortopédicos ou clínicos nas UPAs. Griep também ressalta que um estudo foi elaborado para obter o diagnóstico do tempo de espera.
“Nós enquanto regulação de leitos e acessos temos uma máxima. Todo o paciente que precisar do acesso hospitalar sairá da UPA e virá diretamente para o HU. Porque se chegar aqui [HU] e ficar no corredor, o paciente terá todo atendimento necessário. Um estudo realizado apontou que até o fechamento de 2024, uma média de permanência de 24h após a consulta médica em 60% dos pacientes. Entorno de 15 a 20% deles ficam até 48 horas e tínhamos um excedente que permaneciam aguardando por mais de dois dias aguardando por um leito, que é a ortopedia”, finaliza.
Macrorregião
Na ocasião o reitor da Unioeste, Alexandre Bebber falou sobre a importância do HU para os 94 municípios que são atendidos pela unidade hospitalar.
“Da mesma forma que precisamos avançar e ampliar a estrutura, nós precisamos otimizar o fluxo para que seja bom para o paciente. Vale lembrar que o HU faz cirurgias eletivas e de emergência e muitas vezes, antes o paciente estava esperando a cirurgia agendada, chegava alguém da emergência e passava na frente. O que está acontecendo aqui é consequência de um trabalho direcionado e conjunto para o bem maior da população, que hoje são aproximadamente 2 milhões de pacientes atendidos na macrorregião”, finaliza.
Nos últimos meses o Hospital Universitário aumentou de 255 para 368 leitos.
Eliane Alexandrino/Gazeta do Paraná