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Fernando Gomes vai cumprir prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica

Decisão do TJ-PR levou em conta idade e condições de saúde do comentarista esportivo

Por Eliane Alexandrino

Fernando Gomes vai cumprir prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica Créditos: Reprodução

Eliane Alexandrino / Cascavel

O comentarista esportivo Abrilino Fernandes Gomes, conhecido como Fernando Gomes, de 77 anos, vai cumprir prisão domiciliar cumulada com medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica. A decisão foi tomada na noite desta segunda-feira (13) pelo desembargador Kennedy Josué Greca de Mattos, da 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR), que substituiu a prisão preventiva do réu.

Fernando Gomes foi um dos presos no caso de Fazenda Rio Grande, investigado na operação Fake Care, conduzida pelo Ministério Público do Paraná (MPPR). O comentarista responderá ao processo em casa e está proibido de manter contato com os demais investigados. Além disso, só poderá deixar o domicílio com autorização judicial para compromissos médicos, os quais deverão ser comprovados posteriormente nos autos.

O magistrado fundamentou a decisão em dois pontos principais: a idade avançada do investigado e as comprovadas condições de saúde que exigem acompanhamento contínuo. Apesar da substituição da prisão, a ordem de afastamento do cargo público foi mantida embora ele já tenha sido exonerado no mês passado do posto que ocupava na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep).

Segundo uma fonte do Departamento de Polícia Penal do Paraná (Depen), Fernando Gomes ainda não havia sido solto até a noite de segunda-feira, mas isso poderia ocorrer entre o fim do dia e a manhã desta terça-feira (14).

Além de Fernando Gomes, também foram presos na operação o prefeito de Fazenda Rio Grande, Marco Marcondes, o secretário de Fazenda, Francisco Roberto Barbosa, o empresário Samuel Antônio da Silva Nunes e o auditor do Tribunal de Contas do Estado (TCE-PR), Alberto Martins de Faria, apontado como líder do esquema criminoso.

Quem é Abrilino Fernandes Gomes?

Abrilino Fernandes Gomes, conhecido como Fernando Gomes, tem 77 anos e é uma das figuras mais conhecidas do jornalismo esportivo paranaense. Chegou a Cascavel na década de 1970, a convite do narrador Paulo Martins, para trabalhar na Rádio Colmeia.

Entre 1973 e 1977, afastou-se do jornalismo esportivo e atuou como assessor de imprensa da Prefeitura de Cascavel, na gestão do então prefeito Pedro Muffato, chegando a ser nomeado secretário-geral do Município.

Em 1978, participou da inauguração da TV Tarobá em Cascavel. Poucos anos depois, em 1982, foi contratado pela TV Bandeirantes, em São Paulo, por indicação de Galvão Bueno. Após breve passagem pela capital paulista, retornou ao Paraná, consolidando sua carreira como comentarista em Curitiba. Em 1992, assumiu o comando do programa Mesa Redonda, tornando-se uma das vozes mais emblemáticas do esporte no Estado.

 Envolvimento na investigação

Na investigação do MPPR, Abrilino aparece como suposto sócio da empresa AGP – Saúde Ltda  que prestava serviços à Prefeitura de Fazenda Rio Grande, Contenda, Paranaguá, Piraquara e outras 4 prefeituras no Paraná. Segundo o Ministério Público, o grupo teria se beneficiado de contratações direcionadas de serviços de testagem domiciliar (testes rápidos) e levantamento estatístico, modelo que teria permitido desvio de recursos públicos e pagamento de propinas a servidores de alto escalão.

Em 2021, Abrilino também atuou como chefe de gabinete no Município de Contenda ( que terá o contrato da empresa AGP – Saúde fiscalizado pelo TCE-PR), de onde foi afastado após denúncias de nepotismo, fraude em contratação de terreno e uso indevido de espaço público.

A Gazeta do Paraná apurou ainda que ele trabalhou como assessor da liderança do PSD na Alep, onde segue afastado das funções.

Em nota, a defesa de Abrilino afirmou que, diante dos acontecimentos recentes, reforça que o comentarista goza da presunção de inocência, pede serenidade e respeito à sua pessoa e à família, e confia que os fatos serão esclarecidos dentro da legalidade, preservando o direito de defesa e a dignidade humana.

Foto: Divulgação 

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