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Colômbia vive onda de atentados violentos; oito mortos e dezenas de feridos no sudoeste do país

Autoridades atribuem os atentados a dissidentes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC)

Por Gazeta do Paraná

Colômbia vive onda de atentados violentos; oito mortos e dezenas de feridos no sudoeste do país Créditos: Ernesto Guzmán

A Colômbia enfrenta uma nova e preocupante escalada de violência. Ao menos oito pessoas morreram e dezenas ficaram feridas nesta terça-feira (10), após uma série de atentados coordenados atingir o sudoeste do país. Segundo a imprensa local, 19 ações armadas, incluindo explosões de carros-bomba e ataques com drones, foram registrados em Cali — a terceira maior cidade colombiana — e em municípios vizinhos do departamento de Valle del Cauca.

Os ataques, concentrados principalmente na região onde o governo convocou uma marcha popular para esta quarta-feira (11) em apoio ao presidente Gustavo Petro, causaram pânico e destruição em locais como El Bordo e Corinto, no departamento de Cauca. Em Jamundí, uma explosão em zona rural matou ao menos três pessoas.

As autoridades atribuem os atentados a dissidentes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), que estariam retaliando a morte de um de seus líderes, conhecido como Mayimbú, morto em 2022. O Ministério da Defesa classificou os ataques como “uma reação desesperada de grupos armados ilegais frente às operações que atingiram suas estruturas e economias ilícitas”.

O prefeito de Cali, Alejandro Eder, afirmou que o país vive um retrocesso em sua segurança pública: “Em uma semana, a Colômbia voltou a 1989”, declarou, em referência ao auge do narcoterrorismo liderado por Pablo Escobar.

A Fundación Valle del Lili, uma das principais clínicas da região, declarou superlotação de 300% na emergência após receber 21 feridos, oito deles em estado crítico. A instituição pediu a ativação da rede hospitalar de alta complexidade para atender a demanda emergencial.

Os ataques ocorrem em meio a uma crescente tensão política. Horas antes dos atentados, a candidata presidencial Vicky Dávila acusou Iván Mordisco, líder do Estado-Maior Central (EMC) — uma das principais dissidências das FARC —, de ser o mandante da tentativa de assassinato do senador e também pré-candidato Miguel Uribe, baleado no domingo (7) durante um evento político. Uribe permanece internado em estado grave.

Em nota divulgada após os atentados, os dissidentes das FARC acusaram o governo Petro de colaborar com forças americanas para desestabilizar a Venezuela, classificando o Estado colombiano como “paramilitar”.

A onda de violência reacende temores de um colapso na segurança pública e expõe os desafios do processo de paz no país, ainda marcado por profundas divisões e a persistência de grupos armados ilegais.