Bolsonaro nega plano de fuga e diz que quer acompanhar julgamento
“Quero ver esse julgamento meu”
Por Gazeta do Paraná
Créditos: Tânia Rêgo/Agência Brasil
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) negou nesta terça-feira (15) que tenha qualquer intenção de deixar o Brasil em meio ao processo que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) e que pode levá-lo à condenação por tentativa de golpe de Estado e outros quatro crimes. Em entrevista ao portal Poder360, Bolsonaro afirmou estar com problemas de saúde que inviabilizariam uma possível fuga do país.
"Estou cheio de problemas de saúde, como que eu vou pra outro país? E outra, eu quero ver esse julgamento meu", declarou o ex-presidente, que no início do mês anunciou a suspensão de sua agenda oficial devido a crises de soluços e episódios de vômito.
Questionado sobre a possibilidade de ser preso, Bolsonaro disse que “tudo pode acontecer” no atual cenário político e citou como exemplo a prisão do general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e seu candidato a vice em 2022.
“Tudo pode acontecer hoje em dia, né? Porque o Braga Netto está preso? Uma prisão preventiva durar tanto assim? Qual a acusação do Braga Netto? Interferência num inquérito que já tinha acabado. É assim que funciona. Uma pessoa [Alexandre de Moraes] que sequestrou o Supremo Tribunal Federal e faz o que bem entende: prende, ele que vai interrogar, ele que vai julgar, ele que diz que é vítima porque tinha um plano para matá-lo”, criticou.
PGR pede condenação de Bolsonaro
As declarações do ex-presidente ocorrem um dia após o procurador-geral da República, Paulo Gonet, apresentar ao STF o parecer final na Ação Penal nº 2.668, que trata da suposta tentativa de golpe de Estado. O documento de 517 páginas foi protocolado na Corte na noite de segunda-feira (14).
No parecer, Gonet pede a condenação de Jair Bolsonaro por cinco crimes: liderança de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União, além de dano com prejuízo considerável a bem tombado.
Além de Bolsonaro, outros aliados do ex-presidente também são alvos da ação, que tramita sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes. O julgamento do caso ainda não tem data marcada.
