Atenção motoristas: radares começam a operar em rodovias federais do Paraná

A partir desta quinta-feira (27), mais de 20 novos radares de velocidade começam a operar em rodovias federais do Paraná. A instalação dos dispositivos faz parte do contrato de concessão firmado com a Via Araucária, responsável por administrar 473 quilômetros de estradas estaduais e federais no estado.

Os 24 novos radares foram distribuídos ao longo da BR-277, BR-373 e BR-476, abrangendo trechos que passam por cidades como Curitiba, Campo Largo, São Luiz do Purunã, Teixeira Soares, Irati, Imbituva, Prudentópolis, Araucária e Lapa. Os limites de velocidade variam entre 60 km/h e 80 km/h, dependendo das condições de cada trecho. A escolha dos pontos para a instalação dos radares foi baseada em estudos técnicos realizados pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), levando em conta fatores como número de faixas, traçado da via e histórico de acidentes.

A responsabilidade pela manutenção dos radares cabe à Via Araucária, enquanto a validação das infrações, emissão de notificações e autuações será feita exclusivamente pela PRF. A sinalização dos trechos onde os equipamentos estão instalados também foi implementada pela concessionária, seguindo normas técnicas aprovadas pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), órgão responsável pela fiscalização do contrato de concessão.

O valor arrecadado com as multas geradas pelos radares será destinado ao poder público, conforme determina a legislação vigente.

Impacto na segurança

A ampliação da fiscalização eletrônica nas rodovias paranaenses é justificada pela necessidade de reduzir o número de acidentes, especialmente em trechos críticos. Dados da PRF apontam que o excesso de velocidade é uma das principais causas de sinistros nas rodovias federais do país. Com os novos radares, a expectativa é que a presença dos equipamentos coíba infrações e contribua para a segurança viária.

Por outro lado, a instalação de novos dispositivos de controle de velocidade gera debates entre motoristas e especialistas no setor de transporte. Enquanto defensores apontam a redução de acidentes como benefício, críticos levantam questionamentos sobre a efetividade dos radares na prevenção de sinistros e sobre possíveis interesses financeiros por trás da arrecadação com multas.

Com a entrada em operação dos novos radares, a recomendação para os motoristas que trafegam pelos trechos fiscalizados é redobrar a atenção à sinalização e respeitar os limites de velocidade estabelecidos.

Os radares instalados nas rodovias do Paraná foram fornecidos por duas empresas: Velsis e ProControl. A Velsis, no entanto, já esteve envolvida em polêmicas no passado. Em 2019, a empresa foi alvo de um inquérito civil do Ministério Público Estadual de Sergipe, que investigava possíveis fraudes em licitação, pagamento de propina e sonegação fiscal em um contrato firmado com a Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT) de Aracaju. A atuação da empresa ocorreu por meio do consórcio Pátio Aracaju.

Além disso, em 2018, um pregão de R$ 50 milhões vencido pela Velsis foi revogado pela Celepar (Companhia de Tecnologia da Informação e Comunicação do Estado do Paraná) após uma ação popular apontar indícios de irregularidades no edital e a possibilidade de direcionamento na licitação. O certame previa a contratação de serviços técnicos especializados em tecnologia da informação para a coleta, armazenamento, processamento e transmissão eletrônica de dados.